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Opinião
04/12/2010 - 17h05
Crise aérea, o caos anunciado
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Chegamos à alta temporada com problemas no transporte aéreo. As principais companhias atrasam ou cancelam vôos, os aeroportos carecem de infra-estrutura e dos serviços a que o passageiro tem direito durante a espera e, agora, os aeroviários fazem operação tartaruga para pressionar por melhores salários. É o caos anunciado. Se providências enérgicas não forem adotadas pelos órgãos de fiscalização e controle, nos próximos dias teremos o colapso do setor e prejuízos para todo o país. Sofrerão os passageiros e perderão todos os que dependem da cadeia turística das férias de final de ano. Isso sem falar dos viajantes habituais.

Dono de crescimento sem igual, o setor de transporte aéreo brasileiro é o retrato da crise. As companhias vivem em permanente guerra de tarifas e com isso têm baixa remuneração. O baixo preço dos bilhetes atrai milhares de passageiros que nunca tinham sequer pensado em voar. Os aeroportos são insuficientes para receber a avalanche de usuários. E, para piorar, as companhias vendem assentos de que não dispõe (é o chamado “overbooking”) e o pessoal de operação se nega a dar uma forcinha para que tudo saia a contento.

Está tudo errado. Embora vivamos numa economia de mercado, a guerra de tarifas jamais poderia ultrapassar os limites de preservação da saúde financeira do negócio. As operadoras deveriam fazer os investimentos necessários para oferecerem um serviço de qualidade e sem improvisação nem sacrifício do aeroviário. E o governo, como poder concedente e fiscalizador, atuar com rigor para garantir cada coisa no seu lugar. Que as operadoras tenham a rentabilidade negocial, que os trabalhadores sejam respeitados e não convocados a trabalhar mais do que podem, e os aeroportos suficientes para a demanda.

É preocupante saber que um setor de tão alta especialização, como a aviação comercial, funciona com problema de rentabilidade, com a exaustão dos seus recursos humanos e em bases e terminais inadequados. Isso, certamente, compromete a qualidade e até a segurança do serviço.

A operação de risco já decretou, no passado, o fim das empresas que deram asas ao Brasil – Varig, Vasp, Transbrasil e outras -, que não conseguiram manter seu padrão de trabalho e acabaram embaraçadas economicamente. As atuais, parece que operam apenas voltadas para o caixa. Até vendem assentos que não têm, um procedimento que até pode ser classificado como estelionato. E o preço baixo aumentou a demanda e lotou as estações de embarque.

Espera-se que algo muito rápido seja feito para evitar nova crise. E que o ministro Nelson Jobim (que continuará na Defesa), a presidente Dilma e toda a sua equipe se dediquem à solução do desequilíbrio reinante na aviação comercial brasileira. Não é possível continuar atendendo a tamanha demanda sem que hajam aviões e infra-estrutura suficientes para sua operação. O que temos hoje é a ilusão e o sacrifício de tentar voar...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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