Fazer uma reflexão sobre o debate da água e meio ambiente que foi o centro das atenções políticas na cidade nos últimos dias se faz necessário. Aqueles que lêem o “jornaleco e o chapa-branca” poderão até discordar, mas a nós cabe a atribuição de não dar crédito àquilo que não tem e muito menos merece.

No último dia 29/11 a população discutiu na Câmara Municipal de Ubatuba a questão do lixo e meio ambiente. Na semana seguinte a Ong Cuidágua também fez um ato de apresentação de um trabalho dando contribuição para ao Plano Municipal de Saneamento com a presença de vários representantes da Prefeitura de Ubatuba, do movimento social, ambiental do município e Litoral Norte. Anteriormente apresentou uma peça de teatro que alertava sobre a importância da consciência da sociedade sobre o tema.

Minha opinião é reforçada pelo acúmulo de debate que temos feito no interior do Partido dos Trabalhadores com diversas pessoas que tiram um tempo de sua ocupação normal para pensar a cidade, na elaboração da proposta e na busca de solução para os nossos problemas locais e regionais.

Talvez para enriquecimento do debate e para o fortalecimento da voz e empoderamento da população temos contribuído para combater o monólogo dos remendos e da falta de proposta, de planejamento e de compromisso da atual administração do prefeito Eduardo Cesar. Daí a ótica e a resposta do porque do caos e descaso em que se encontra a cidade. Por que a cidade está empobrecendo? E as enganações do marketing, da propaganda enganosa, dos conluios corporativos daqueles que comungam com a idéia do quanto pior melhor que os mantém no poder. Ainda assim estas idéias não correspondem com a verdade e realidade dos fatos.

Representantes do prefeito já se acostumaram à idéia de justificar com discurso sem conteúdo prático, com base na ilusão e comodismo alegando que tudo é assim mesmo, que não tem jeito ou que a cidade está evoluindo, que está sendo feito isso e aquilo, mas que na verdade já se faz seis anos que a população aguarda um resultado bom que pudesse fazer com que não criticássemos este governo.

Quanto mais eles seguem no caminho da incompetência, ficamos cada vez mais seguros de nossas propostas da defesa do Plano de Gerenciamento Costeiro Municipal, da defesa da Construção do Parques Municipais e de implementar um debate municipal sobre a água, pois ela nasce em nosso município e a Sabesp tem sido muito cruel com a população de Ubatuba nos últimos anos. Do ponto de vista do debate regional defendemos maior integração das políticas públicas entre as quatro cidades: saúde, educação, controle de endemias, geração de emprego e renda, a duplicação da Tamoios, a Base de gás de Caraguá, e a municipalização do Porto de São Sebastião.

Enquanto isso, nos deparamos com uma Câmara Municipal omissa, com uns incapazes de investigar e cumprir seu papel de fiscalizar, representar e legislar para o município. Afinal o que aconteceu com o contrato da Sabesp? Será que eles renovaram sem ao menos realizar uma audiência pública e chamar a população e demais técnicos da área e autoridades?

Esperamos que o ano de 2011 seja o recomeço! Mais promissor para a nossa cidade, mas está muito claro que entre os envolvidos e os compromissados com o município há uma enorme distância. Tudo isso faz servir de exemplo para a responsabilidade que temos na hora de indicar alguém para este ou aquele cargo. E você, governista municipal, que torceu o nariz ao ler este artigo, saiba que você passa, o tempo passa e a cidade continua para os seus filhos e netos e para o futuro do meio ambiente. E se você defende este ou aqueles agora por interesses próprios, sem considerar o interesse de todos, pode estar certo ajudando você neste momento, mas prejudicando as novas gerações.

É a cidade no retrato da frase de William Shakespeare: “Você aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve”.

Gerson Florindo de Souza
Caiçara, sindicalista dos bancários da CUT e presidente do PT de Ubatuba