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Opinião
23/12/2010 - 17h07
Guerra no Rio de Janeiro
Ana Maria Fonseca Zampieri
 
A vida, a arte e o trauma

A vida e a arte... Quem imita quem? Ou estão sempre tão emaranhadas na complexidade do viver, que não importa a ordem?

Por falar em ordem: o que se passa no Rio de Janeiro neste 2010? No contato com a mídia tem-se a impressão de assistir ao trailer o filme Tropa de Elite 1 e 2 , articulados. Mas o sentimento maior é o da insegurança que os filmes denunciam sobre a indiferenciação entre quem é bandido e quem é cuidador da segurança pública!

Em cada um de nós há o bandido e o policial, o médico e o louco. Quão conscientes somos disto? A insegurança ganha espaço para situações traumatogênicas quando, ambivalentemente, se ouvem as pessoas do episódio Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, com medo dos tanques da Marinha que lembram a guerra, que surgem para defender ou matar? Vida e morte dançam juntas e não se sabe se, no próximo passo, virá a salvação ou a morte disfarçada de proteção.

Estes fatos do imaginário e do vivido nessa guerra podem desenvolver traumas, ou os chamados transtornos de estresses pós-traumáticos – TEPT na população direta e indiretamente afetada. Seja nas crianças, professores, adultos, adolescentes, idosos, policiais, militares, médicos e comunidade em geral; seja nas pessoas que ficam ligadas à mídia e que possam desenvolver sentimentos de desvalia, abandono e perda de expectativas do viver em alguma segurança, básica e plausível para o cotidiano.

Sintomas de insegurança, dificuldades para dormir, problemas com alimentação, irritabilidade aumentada, medos exagerados de sair ou de ficar em lugares fechados, medo de morrer a qualquer instante, sobressaltos, hipervigilância, uso abusivo de álcool e drogas, pesadelos constantes com o ocorrido, pensamentos intrusivos sobre o vivido, perda da esperança em uma vida melhor, entre outros, são esperados para as primeiras seis semanas após os fatos vividos. Todavia, se eles permanecem, podem ser indícios que de a violência foi maior do que a capacidade de elaboração de cada um, e medidas preventivas de pedidos de ajuda a psicólogos, psiquiatras e médicos da área da saúde emocional são indicadas.

Isto poderá evitar pessoas enfermas nos próximos dez anos, e uma sustentação de apoio positivo do entorno do evento, que poderá ser base de superação com crescimento, apesar dos horrores vividos. Esta consciência e visibilidade podem estar a serviço da saúde pública de nossa comunidade. Urge, então, esclarecimentos e disponibilidades de ajudas.

Já!

Nota do Editor: Ana Maria Fonseca Zampieri é coordenadora do grupo Psicologia pela Humanidade, formado por profissionais da área da saúde reunidos para prestar ajuda humanitária psicológica para vítimas de catástrofes e para capacitar agentes de saúde pública a dar atendimento a essas pessoas. É graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo, mestre, doutora e pós-doutora pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tem 34 anos de experiência na área de Psicologia Clínica, Preventiva e Educacional, com pós-graduação em Psicodrama, Terapia Sexual, Terapia de Casais e Famílias e Terapia em EMDR.

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