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Opinião
29/12/2010 - 17h13
Livros achados no lixo
Rodrigo Meller Fernandes
 

Estava aqui lembrando, dois dos livros que considero serem dos melhores que hoje possuo na minha pequena biblioteca, foram achados no lixo.

Tratam-se da Guerra do Peloponeso de Tucídides e um volume da História dos Povos de Língua Anglo-saxã de Winston Churchill.

Isso faz muito tempo, uma escola estava em reforma e colocou muitos livros em um latão de lixo. Curioso, fui procurar no meio de páginas carcomidas e encontrei os dois volumes, páginas amareladas, carcomidos de traças, mas contendo todas as páginas, as capas e contracapas, orelhas, tudo em ordem, sem rabiscos, nada.

Fiz ligeiros reparos com fita adesiva transparente, e eles estão lá, lindos num cantinho da estante até hoje.

É incrível a quantidade de bons livros que temos nas bibliotecas públicas e escolares, em muitas de nossas cidades sejam elas pequenas ou grandes.

Uma biblioteca escolar aqui de Gurupi, adquiriu nos últimos anos um grande acervo, especialmente na área de História. A bibliotecária estava comentando que os livros quase nunca são retirados pelos alunos, e ficam lá, pegando poeira e amarelando.

Antes de um significativo investimento em livros feito recentemente pelo governo do Estado, aqui no Tocantins, já tínhamos boas bibliotecas públicas em muitas escolas e cidades, mas geralmente em péssimo estado de conservação, com livros pegando umidade, mal acondicionados, mofando, um desespero.

Óbvio que existem muitas obras somente disponíveis em língua estrangeira que não foram traduzidas para o português, e mesmo muitos clássicos nacionais que há muito tempo não são reeditados. Mas eu fico arrancando os cabelos aqui em casa, ao pensar em tantos livros dormitando nas estantes, sem leitura, aguardando talvez a passagem de uma década ou duas para serem “desovados” em algum lixão.

Quando eu estudava no Rio Grande do Sul, no hoje ensino fundamental, recordo-me que tínhamos uma sala de leitura na escola, simples, uns carpetes no chão, cadeiras, mesas, almofadas, alguns livros em umas poucas estantes, um toca-discos, que a professora botava para funcionar com alguma obra clássica/erudita bem relaxante, enquanto todos quietos, cada qual com seu livrinho, ficávamos viajando através da leitura.

Estratégias didáticas de fomentação do hábito de leitura em sala de aula existem muitas. Seria interessante aplicá-las mais, nas escolas, uma vez ou outra, para que não vejamos livros acabarem no lixo, não por excesso de uso, mas por falta de. Esquecer livros, para mim, equivale o mesmo que queimá-los.

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