O discurso de posse da nova presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi categórico ao afirmar que o futuro do País depende do pré-sal: trata-se do “nosso passaporte para o futuro”, disse ela, enfatizando que a plenitude desse processo somente será alcançada caso produza “uma síntese equilibrada de avanço tecnológico, avanço social e cuidado ambiental“. Entendemos o significado da força que a nova presidente quis imputar ao pré-sal, sabedores, certamente, de que a boa educação, é que nos dará um país rico em todas as formas. Mas, somos testemunhas do quanto o segmento do petróleo pode ajudar no desenvolvimento geral do Brasil, ainda que muitas outras variantes devam ser contempladas. Assistimos em 2010, o quanto os estímulos ao crédito imobiliário no nosso país contribuíram para que as cidades próximas ou não dos grandes centros se colocassem num ritmo mais acelerado de crescimento. Santos e sua Região Metropolitana, no litoral paulista, passaram por uma explosão de vendas de novas unidades habitacionais, iniciada há quatro anos. Além da confluência de fatores macroeconômicos positivos, a Petrobras descobriu, em 2008, como sabemos, uma extensa camada de pré-sal na Baixada Santista e instalou uma unidade de negócios para exploração futura de petróleo. Somente a divulgação de que a sede da Petrobras será instalada no bairro de Valongo, no centro histórico de Santos, tem impulsionado a renovação urbanística em grandes loteamentos do entorno, com novos lançamentos residenciais. Assim como os eixos tradicionais das avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias, que ligam o centro da cidade à região das praias, essas áreas centrais apresentam grande valorização imobiliária e urbana. Todo esse aquecimento fez com que os preços dos imóveis em Santos aumentassem, levando moradores a buscarem residência nas cidades adjacentes, como Praia Grande, Mongaguá, Peruíbe, Bertioga e Itanhaém. Isso é muito positivo, pois o setor imobiliário das cidades do Litoral Sul sofreu, nos últimos anos, concorrência direta do mercado da Capital. Grande parte do público consumidor de imóveis na Baixada Santista e no Guarujá é composto por paulistanos, que deixaram de investir no segmento de segunda residência para dar um salto de qualidade, trocando sua moradia por outra maior e melhor. Resumidamente, o cidadão paulistano aproveitou o crescimento de renda e preferiu melhorar a qualidade de seu imóvel a comprar um apartamento de lazer na praia. Agora, em Santos, inicia um movimento de expansão das salas e dos espaços comerciais, com grandes lançamentos de imóveis corporativos. Inicialmente destinados aos profissionais locais – advogados, dentistas, médicos –, esse complexo está pronto para atender ao interesse das grandes corporações, atraídas pela presença da Petrobras. Até grandes empresas de navegação e aduaneiras, que tinham suas sedes na Capital, já pensam em se mudar para lá. Nota do Editor: João Crestana é presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e da Comissão Nacional da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
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