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Opinião
10/01/2011 - 16h20
Domingão preguiçoso nos jornais
Alberto Dines - Observatório da Imprensa
 

Um indício de que o presidente Barack Obama deixou de ser o queridinho da nossa mídia pode ser encontrado no pífio noticiário dos jornalões de domingo (9/1) sobre o atentado terrorista no estado americano do Arizona contra a deputada democrata Gabrielle Giffords.

O fato aconteceu em Tucson às 10 da manhã de sábado, 15 horas em Brasília. Havia tempo de sobra para avaliar aquele monte de informações que a mídia americana disponibiliza em minutos.

Os exemplares distribuídos pela Folha e Estadão aos seus assinantes em São Paulo – aqueles que supostamente devem ser agraciados com um produto mais qualificado – continham uma precária cobertura. A Folha ainda conseguiu enfiar uma chamadinha na parte inferior da capa, o Estadão nem isso.

Aos assinantes paulistanos, O Globo nada ofereceu e aos cariocas – sua praia – um modesto destaque abaixo da dobra.

Se fosse um atentado contra algum líder direitista do Tea Party a cobertura teria sido histérica. A deputada Gabrielle Giffords sobreviveu à bala que atravessou o seu crânio, defende o revolucionário programa de saúde de Obama, é a favor do aborto e contra os superpoderes que o Arizona quer dar aos seus policiais. Por isso estava na lista negra do grupo ultraconservador liderado por Sarah Palin.

Primeira página

O jovem que planejou e executou o atentado matou seis pessoas, três delas a ligadas à parlamentar. Era leitor do Mein Kampf de Adolf Hitler. A deputada é judia, o assassino a conhecia muito bem.

O Arizona adotou há pouco uma draconiana legislação de cunho racista para punir os imigrantes ilegais vindos do México e o clima político no estado radicalizou-se. O atentado terá profundas implicações na vida política americana já que hoje começaria a ofensiva dos republicanos para derrotar Obama no Congresso.

A mídia brasileira esqueceu o seu fascínio inicial por Obama e passou a ecoar as críticas contra o "socialismo" do primeiro negro a ocupar a Casa Branca. Ideologias à parte, a verdade é que mais uma vez se comprova que os nossos diários saem setes vezes por semana, mas só podem ser considerados informativos de terça a sábado.

Convém lembrar que a edição latino-americana do espanhol El País impressa em São Paulo destacou o atentado em manchete de primeira página e lhe dedicou duas páginas inteiras. O jornal é feito em Madri cujo fuso horário, ao contrário do brasileiro, rouba-lhe três horas.

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