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Opinião
20/01/2011 - 07h00
A demagogia do desarmamento policial
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Mais uma vez, os policiais brasileiros são importunados pelos demagogos de sempre, que pouco ou nada conhecem de segurança pública mas fazem questão de palpitar sobre o assunto, mesmo que suas idéias, se adotadas, coloquem em risco a vida dos policiais e daqueles a quem a classe tem o dever constitucional de proteger. Aquelas cassandras de plantão empenham-se, agora, em desarmar o policial ou pelo menos limitar o uso do armamento que o Estado lhe fornece como ferramenta de trabalho.

Em primeiro lugar, essas desavisadas criaturas deveriam compreender que as polícias têm normas e regulamentos. Para receber sua arma e dela poder fazer uso em defesa da sociedade – e só em defesa da sociedade –, o policial recebe treinamento. Ele não pode, como se pretende afirmar, sair atirando ao seu bel-prazer, pois a corporação faz o controle das ocorrências e do seu procedimento em cada uma delas. Sempre que erra ou exorbita, recebe as sanções administrativas e, dependendo do caso, ainda sofre condenações judiciais. As corregedorias são atentas e impedem as ações em desacordo com a tarefa de proteger a sociedade. Disso todo policial é ciente logo ao ser admitido e se, mesmo assim, age em desacordo, é advertido, punido e... demitido.

Os contumazes críticos da polícia, em vez de tentar retirar a ferramenta das mãos do policial, que é um profissional, deveriam ser mais preocupados com as suas condições de trabalho. Se procurassem se inteirar, veriam que não há razão para o desarmamento pois, ser policial, é um risco. Com os salários que recebem, muitos dos civis e militares encarregados de nossa proteção não possuem carro e moram em locais distantes, até em favelas, onde não podem revelar sua condição de policial, pois, se o fizer, sua família é molestada. Quando deixam o trabalho, deixam a farda ou uniforme e a arma no quartel ou distrito e vão para casa em trajes que não chamem a atenção. Se fossem ostensivamente, como no passado, poderiam cair em emboscada e até perderem a vida, pois não têm dinheiro para morar bem e nem para sustentar uma boa condução.

Outra coisa que os interessados em resolver os problemas da polícia deveriam fazer é verificar a condição de trabalho e saber qual a razão de tantos suicídios entre policiais. Estariam eles recebendo o devido apoio psicológico e de saúde para exercer a função estressante?

No último dia de seu mandato, o presidente Lula colocou em vigor a Portaria Interministerial nº 4226, que cede a pressões internacionais e busca limitar a ação e o poder de reação dos policiais. É necessário, no entanto, levar em consideração as condições brasileiras de segurança pública. Muito antes de limitar a ação da polícia, os governos e a sociedade têm uma série de outros problemas a resolver, especialmente na área social. Ação da polícia é apenas a reação aos problemas e desajustes da sociedade. Limitar a polícia não resolverá os problemas. Pode, pelo contrário, agravá-los...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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