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Opinião
27/01/2011 - 11h00
Felicidade Interna Bruta (FIB) versus PIB
Célio Pezza
 

O que é mais importante em sua vida: ser feliz ou ser rico? Foi baseado nesta premissa que o Butão, pequeno país budista vizinho ao Himalaia instituiu o FIB (Felicidade Interna Bruta). Em 1972 seu novo rei Jigme Singye declarou durante sua posse que a Felicidade Interna Bruta é mais importante que o PIB (Produto Interno Bruto). A partir daí, baseou todo seu governo em quatro premissas: desenvolvimento econômico sustentável e equitativo, preservação da cultura, conservação do meio ambiente e boa governança. Esta política virou realidade e o Butão hoje mostra ao mundo que o nosso conceito de avaliação de países está errado. Veja o exemplo dos EUA, onde o PIB é considerado alto e ao mesmo tempo aumentam os índices de criminalidade, divórcios, guerras, neuroses e toda sorte de infelicidade. O problema é que o PIB só se preocupa com o crescimento material e não leva em conta se a riqueza foi gerada a partir de destruição de lares ou do meio ambiente.

Os “especialistas” impuseram ao mundo o conceito de que o crescimento econômico é a base e o objetivo das sociedades e isto está nos levando ao desastre. Este modelo de produção e consumo seguido de mais produção e mais consumo desestabilizou o ser humano e o planeta. Uma nova empresa que se instala em uma região traz, sem dúvida, um aumento do PIB desta região, mas se for acompanhada de uma degradação ambiental, da saúde e do bem-estar da comunidade, o resultado final será uma perda de qualidade de vida, mesmo com crescimento econômico. Uma civilização focada no FIB é preocupada em fazer o bem e não em acumular lucros, pois, acima de certa quantidade, o dinheiro não vale nada em termos de felicidade. É uma tremenda virada nos conceitos atuais, mas que pode salvar o ser humano de um futuro desastroso. O primeiro-ministro do Butão explicou na ONU que é responsabilidade do Estado criar um ambiente que permita ao cidadão aumentar sua felicidade e é enfático ao afirmar que o sucesso de uma nação deve ser avaliado pela sua qualidade de vida e felicidade de seu povo e não pela sua habilidade de produzir e consumir.

Os conceitos da FIB do Butão estão correndo pelo mundo todo e despertando a curiosidade de muita gente interessada na promoção de um novo modelo de civilização, mais feliz e menos preocupada com o consumo. O ocidente já adicionou mais cinco itens aos quatro pilares do Butão: boa saúde, educação de qualidade, vitalidade comunitária, gestão equilibrada do tempo (trabalho e lazer) e bem-estar psicológico. O modelo econômico atual tem que ser modificado drasticamente e devemos nos empenhar na busca e concretização de outros modelos mais favoráveis à vida e à felicidade no planeta Terra.

É hora de lembrarmos as palavras do ex-senador Robert Kennedy quando, durante um de seus últimos discursos, em março de 1968, criticou o crescimento econômico a qualquer custo e disse entre outras coisas que “não encontraremos nem um propósito nacional nem satisfação pessoal numa mera continuação do progresso econômico. Não podemos medir a realização nacional pelo PIB, pois ele cresce com a produção de napalm, mísseis e ogivas nucleares. Ele mede tudo, menos o que torna a vida digna de ser vivida”. Robert Kennedy foi assassinado logo depois, em junho de 1968, aos 42 anos de idade.


Nota do Editor: Célio Pezza (www.cpezza.com) é escritor desde 1999, mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, reside atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul. Identificado mais com o estilo “suspense”, o autor cria romances que misturam aspectos da realidade com ficção, deixando claro sua predileção pelo esoterismo e pela magia. Também escreve artigos e crônicas sobre temas atuais da sociedade, assim como trata de assuntos polêmicos que vêm recebendo um bom espaço na mídia.

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