É tempo de mobilização. A Caravana da Dengue está de volta. Sensibilizar as comunidades para reduzir os índices da doença é um dos desafios
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, retomou as atividades de mobilização contra a dengue em todo o país. A ação, conhecida como “Caravana da Dengue”, tem o objetivo de buscar parcerias entre comunidades, gestores e profissionais da saúde para evitar a multiplicação da doença. A infectologista, Dra. Isabela Baraúna, do Bronstein Medicina Diagnóstica / DASA explica que as ações de mobilização são fundamentais, e que a união entre profissionais, lideranças comunitárias e gestores pode gerar grandes resultados. “É importante realizar mutirões de limpeza. De nada adianta se apenas uma pessoa de cada rua tiver cuidado com a água parada, pois o mosquito contaminado pode estar na residência ao lado. Para se ter um bom resultado, é preciso que todos atuem em conjunto”, acrescenta. A médica diz ainda que as visitas domiciliares realizadas pelos agentes de saúde são importantes, pois além de alertar os moradores sobre os cuidados para evitar a dengue, eles verificam a existência de criadouros favoráveis à reprodução do Aedes aegypti. “Os lugares onde mais se acumula água são pratos de plantas e pneus. É preciso ter muito cuidado com estes locais, para que não haja multiplicação de larvas do mosquito transmissor”, explica. A doença A dengue é uma doença de caráter infeccioso registrada em países de clima tropical e subtropical. É transmitida por meio do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em locais onde há o acúmulo de água parada. Existem quatros tipos de dengue. Os mais conhecidos são a dengue clássica e o estágio mais avançado de febre hemorrágica de dengue, que pode levar o paciente a óbito. Os principais sintomas são: dor de cabeça, dores nas articulações e nos ossos, febre alta, manchas vermelhas no corpo e vômito. Em casos de suspeita de dengue é recomendável procurar a Unidade de Saúde mais próxima da residência. A detecção A dengue pode ser diagnosticada de três maneiras: pelo teste do laço ou por meio dos exames de sorologia para Dengue IgG e IgM. O teste do laço, que é antigo e muito conhecido pelos médicos, é feito com o tensiômetro, aparelho comum nos consultórios que serve para medir a pressão arterial. São 5 minutos com o braço pressionado, o que provoca pequenos pontos de sangramento na pele dos pacientes com dengue hemorrágica. Já os exames de sorologia são feitos a partir da análise do sangue do paciente e só podem ser realizados a partir do sexto dia da manifestação dos sintomas clássicos da dengue. De acordo com o patologista clínico do Atalaia Medicina Diagnóstica, a avaliação do estado de saúde do paciente no momento em que ele chega ao consultório é fundamental, uma vez que a doença em sua fase inicial pode ser confundida com outros quadros clínicos. Como prevenir a dengue • Colocar areia nos vasos de plantas; • Colocar o lixo em sacos plásticos e não jogar lixo em terrenos baldios; • Manter o saco de lixo bem fechado e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo SLU; • Manter tonéis, barris e caixa d’água fechados; • Não deixar água da chuva acumulada sobre a laje; • Evitar água parada em plantas tipo bromélias; • Remover folhas e galhos das calhas. Nem tudo que se ouve sobre a dengue é verdade • A ingestão de Vitamina B não afasta o mosquito; • Não é toda picada do mosquito que transmite o vírus. A doença se desenvolve apenas se o Aedes aegypti estiver contaminado; • O uso de ar condicionado e ventiladores não matam o mosquito, apenas inibem a presença dele; • Uso de repelentes não é fundamental para o combate a dengue, seu efeito é temporário.
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