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Opinião
03/02/2011 - 17h16
O Brasil e a (nova) crise do petróleo
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A instabilidade política do Oriente Médio faz todo o mundo pensar na possibilidade de alta do petróleo. Desde 1956, quando o então presidente Nasser, do Egito, nacionalizou o Canal de Suez e problematizou o tráfego das embarcações carregadas de óleo, a região passou a pressionar o mundo com o desabastecimento. As guerras baixaram as produções e, aprendendo a lição vinda dos conflitos, os países produtores, mesmo em tempos de paz, usaram a escassez como instrumento de pressão política e econômica. Houve momentos em que o preço do produto em falta chegou a subir até 1000%, comprometendo a economia mundial. Isso levou outras regiões do planeta, inclusive Brasil, a investirem maciçamente e correr com seus programas de prospecção e exploração.

O Brasil, com sua história petrolífera, não pode e nem deve ficar à mercê dos acontecimentos do Egito, Jordânia e demais países da região. Hoje, o esforço nacional – e ai inclui-se principalmente o povo, que sempre pagou preço alto pelos combustíveis para fazer os fundos da Petrobras – nos garante uma situação de estabilidade. Desde 2006 somos autossuficientes e, de quebra, ainda temos os programas nacionais do etanol e do biodiesel, que proporcionam a movimentação da frota sem a dependência do petróleo. Tudo isso sem falar do pré-sal, que ainda não está produzindo, mas logo deverá ampliar a presença brasileira no setor.

Com todo seu parque petrolífero, espera-se que o governo e as nossas autoridades econômicas sejam capazes de garantir com segurança a estabilidade brasileira, independente do rumo que tomem o Egito, seus vizinhos e o mercado internacional de combustíveis. O povo e as classes produtoras que, via tarifa, já contribuíram durante quase seis décadas para as descobertas das reservas e formação da indústria petrolífera nacional, são credores de toda consideração e, principalmente, do direito de valerem-se desse mesmo patrimônio para garantir o bom funcionamento da economia durante a crise. Uma alta no preço dos combustíveis traria graves conseqüências para a política governamental de controle da inflação e toda a cadeia econômica, desde os mais altos produtores até os menores consumidores.

A vantagem do Brasil ter investido largamente na indústria do petróleo é estratégica. Mesmo que o produto, por alguma razão, venha a faltar para os países importadores, não faltará aos brasileiros, que o retiram do próprio subsolo e o processam dentro das próprias fronteiras. A manutenção dos preços é a garantia da fluidez de nossa indústria, comércio e demais atividades.

Enquanto todo o mundo - especialmente Estados Unidos, Europa e Japão - padeceram com a crise de 2008/09, o Brasil usou criatividade e protegeu o seu mercado. Esse desempenho, obtido através do aquecimento da demanda interna, hoje é reconhecido e aplaudido em todo o planeta. Espera-se que, agora, quando se avizinha nova pressão sobre o petróleo, tenhamos nossa solução doméstica e que ela, além de nos servir, possa ainda oferecer parâmetros para o mundo...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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