A proliferação de comerciantes e prestadores de serviços clandestinos tem extrapolado os limites da tolerância e da razão. Tomando acintosamente espaços públicos com “arquiteturas e designs” particulares, instalados, de preferência, em localizações privilegiadas, onde se comprove grande fluxo de pessoas (ruas, esquinas, praças, calçadas de avenidas, areias das praias e, recentemente, na área de desembarque dos “argonautas”) imprime ritmo acelerado de crescimento, exigindo, para sua “manutenção” e funcionamento... mais e mais obras, benevolências oficiais, serviços e investimentos públicos. As práticas ilegais e desleais (aos regularmente estabelecidos - com a palavra a ACIU) aceitas e defendidas pelos discursos equivocados de “direito ao trabalho” são tão irresponsáveis e perniciosas quanto seus defensores. “Isentos” de responsabilidades (pessoais / fiscais / trabalhistas / sanitárias / ambientais), os clandestinos, não respondem e nem sustentam garantias aos consumidores de seus produtos e serviços. Causam prejuízos aos fiscos (municipal, estadual e federal), aos contribuintes e ao comércio regularmente estabelecido. Constroem uma “imagem” permissivista e desorganizada da nossa cidade. São usados como suporte, apoio e sustentação para outras atividades e ações tão perniciosas quanto eles. O descaso irresponsável com o tema torna cada vez mais difícil sanar este verdadeiro “câncer”. Sua extensão é tão grande e tão enraizada que inibe agentes dos órgãos fiscalizadores. A inércia e a negação do reconhecimento da gravidade da “doença” concorre a favor deste mal. Incompatível com a a sazonalidade e com a sobrevivência daqueles que sustentam a nossa economia real, corrói, rapidamente, as entranhas do nosso maior capital: nossa maravilhosa paisagem! Mancham de todas as cores o mais simples dos poemas recitados da preservação e da proteção ambiental. É necessário a rápida reorganização e adequação dessas atividades, preservando sim, o seu cunho social, sem que se penalize: a população, privando-a do seus espaços públicos; os contribuintes, onerando-os com benesses e obras a apadrinhados; das mais diferentes formas, as atividades econômicas regularmente estabelecidas. Que não se perenize o silêncio cômodo e a visão obtusa, muito menos que persista essa situação insana em direção ao caos. Ubatuba e seus filhos nativos ou adotivos, precisam e merecem mais! Ronaldo Dias diasronaldodias@ig.com.br
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