Texto de esclarecimento incluindo comentário ao livro “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, citado em uma única crítica, parcial, feita aos nossos textos publicados pela revista eletrônica “O Guaruçá”, nesse embate contra a “ACIÚ” e que julgamos conveniente divulgar, para que não haja dúvidas!!!

Em primeiro lugar quero deixar claro que não sou nem racista e nem segregacionista. Quem me conhece pode atestar a veracidade da afirmativa! Tenho inclusive um livro publicado nesse sentido, alguns artigos e várias palestras realizadas objetivando, sempre, o foco na liberdade, como maior patrimônio da humanidade, aliada a igualdade e a fraternidade entre os homens.

Mesmo porque, esse tipo de discriminação constitui crime e eu não seria "tão ingênuo" a ponto de declará-lo publicamente, mesmo que eu o tivesse.

Por outro lado sou meio direto e até agressivo na defesa dos interesses maiores da nossa cidade e do nosso comércio e essa minha veemência pode, às vezes, levar a esse tipo de interpretação ou confusão!

O que ocorre é que, como qualquer cidade turística do mundo, precisamos nos estruturar tendo em conta um determinado público alvo! Aliás, nossa estrutura comercial e de serviços já é direcionada, por isso as coisas não estão se coadunando convenientemente!

Qualquer trabalho que seja dirigido a um Plano de Turismo para a cidade, deverá estabelecer, de início, um público alvo. Todo o resto vai girar em torno desse mesmo público previamente definido! Isso funciona assim em qualquer lugar do Planeta!

As pessoas se juntam e se freqüentam por afinidade ou sintonia, quer queiram ou não, de sorte que é quase impossível sua integração! São costumes diferentes, educação diferente, modos diferentes, gostos diferentes, cultura diferente e capacidade financeira, também, diferente!

De qualquer forma, isso não quer dizer que ao escolhermos determinado público alvo, para nossa infra estrutura turística, estejamos "discriminando" os demais públicos. Estaremos, sim, apenas optando pelo melhor, em termos de movimentação de nossa economia como um todo (empresas e cidadãos).

Isso não proíbe a entrada de qualquer cidadão em nossa cidade, de sorte que, qualquer tipo de turista poderá nos freqüentar, no entanto, ao perceber que nossa estrutura não o agrada, ele naturalmente procurará outro lugar, onde poderá sentir-se ou situar-se melhor.

Toda cidade eminentemente turística tem um custo de produtos, bens e serviços acima da média! O que ocorre é que, em funcionando o esquema turístico, a cidade terá, também, empresas mais fortes, mais empregos e, também salários melhores.

No entanto, concordo com a afirmação de que há comerciantes, destinados ao abastecimento local, que embarcam na onda do turismo e esfolam seus próprios pares e aqui, cabe protestar!

Hoje Ubatuba vive de alguns "funcionários públicos" cujo número é insuficiente para manter nossa atividade empresarial ativa durante todo o ano.

Portanto, precisamos visceralmente do turismo, porém, daquele turismo que possa agregar valores à nossa economia e durante todo o ano e que deverá ser inteligentemente atraído pela nossa exuberante natureza e, também, por meio de eventos e promoções devidamente planejadas e executadas sendo que, neste caso, deverá contemplar, sempre, os interesses dos empresários da cidade e a melhor época e localização para sua realização! (Nesse caso, a baixa temporada.)

Os que chamei de "Publiquelho", foram aqueles grupos de baderneiros, galhofeiros, mal educados, depredadores, bêbados, arruaceiros, barulhentos, imorais, indecentes, que nada trazem para nosso município, não têm nenhuma afinidade ou compromisso com ele e são, via de regra, protagonistas de cenas, algumas estarrecedoras, ocorridas em nossas ruas, praias, restaurantes, supermercados, quiosques, shoppings centers etc..

Nós podemos e devemos educar nossos cidadãos para receber bem os turistas, no entanto, educar o turista é algo que escapa das nossas atribuições e possibilidades!

Esse tipo de público creio, todos nós declinamos... O carnaval está aí, tentem observar, por si mesmos, o que estou lhes colocando agora...

Como vêem, não se trata de "segregação", mas de uma opção empresarial e municipal do mais alto interesse para todos nós com base na lei da oferta e da demanda. Trata-se da nossa sobrevivência!!!

Quanto ao "Racismo" não me lembro de ter deixado essa impressão em nenhum dos meus textos de protesto, mesmo porque, conforme já falei, eu não sou e nunca fui racista! Meus princípios e convicções jamais me permitiriam isso!!!

Aliás, houve uma referência ao livro de Orwell, “A Revolução dos Bichos” (*), cujo teor traduz uma severa crítica à União Soviética comunista, comparando a “seleção” de público que propusemos para os eventos em Ubatuba às exclusões contidas na obra em questão.

Acreditamos que a obra de Orwell é bem clara e objetiva, apesar de alegórica. O que nela se assiste é um arremedo grotesco da própria Sociedade Humana!!!

(*) - O Triunfo dos Porcos; A Revolução dos Bichos é um romance alegórico do escritor inglês George Orwell, apontado pela revista americana Time entre os cem melhores da língua inglesa. A sátira feita pelo livro à União Soviética comunista obteve o 31º lugar na lista dos melhores romances do século XX organizada pela Modern Library List.

Li esse livro quando ainda era jovem (pelo menos há quarenta anos) e dele não tenho muita memória, mas sei que a revolução na fazenda falhou (tipo revolução comunista), pois as diferenças acabaram por prevalecer e os mais aptos passaram a dominar (o homem foi expulso e a fazenda ficou entregue aos próprios animais, todos em igualdade de condições, pelo menos no início...).

“Tudo voltou a ser como dantes no quartel de Abrantes!”

Trocaram seis por meia dúzia, ou seja, os dominadores deixaram de ser os homens e passaram a ser os porcos que inclusive passaram a andar sobre duas patas; uma hierarquia, então, foi formada.

Tudo isso prova, a exemplo dos regimes similares que fracassaram de forma retumbante no mundo, a UTOPIA das idéias de Marx!

Não adianta fugir ou lutar contra a ordem natural das coisas! A “qualidade” é rara e, portanto, cara! A “quantidade”, por ser abundante, é barata!!!

Não há como fugir!!! É uma lei natural apropriada pelas ciências econômicas! É a lei da “Oferta e da Demanda” e isso vale até para os seres humanos (como mão de obra e também como consumidor)!

Esse conceito, portanto, como afirma Orwell em sua alegoria, é naturalmente aplicável a toda iniciativa comercial, inclusive, ao turismo, como um produto de consumo!!!

“Da qualidade da oferta depende a qualidade da demanda!!!”

Ou, como diz meu bom amigo Ronaldo Dias:

"De acordo com a isca é o "bicho" que vem!"

No geral, peço que me desculpem pelo mal entendido!!!

Por outro lado, agradeço a todos por se alinharam à minha opinião, na maioria das idéias apresentadas.

À inteira disposição de todos, envio-lhe minhas

Cordiais Saudações

“TURMA DO CONTRA” OU “ASSOCIAÇÃO DOS CHATOS”, se preferirem...

Carlos (da Scene)!!!
kikfuf@uol.com.br