Vivemos num mundo em que nossos costumes nos levam a tentar colocar cada pessoa ou grupo de pessoas numa gavetinha, com seu devido rótulo. Aos trabalhadores (e trabalhadoras) se associa salário e só. A mulher se associa cuidar de casa e dos filhos. Dos homens, ainda se espera que sejam os responsáveis pelo sustento da família, e só.

Mas hoje em dia, somos múltiplos e ocupamos, ao mesmo tempo, várias funções. Aos homens se espera além da busca do sustento da família compartilhar a responsabilidade na educação dos filhos e participar ativamente das tarefas domésticas.

Os trabalhadores atuam muito além das fábricas. Se organizam em sindicatos e têm participação ativa nas associações de moradores, nos partidos políticos e na sociedade.

As mulheres também deixaram lá para trás os velhos hábitos de donas de casa, somente, e hoje estão ao lado dos seus maridos e até mesmo dos filhos maiores de 16 anos, na busca de renda para toda a família.

O núcleo que hoje forma a família brasileira, com especial atenção à família trabalhadora, nem sempre é formado pelos pais e filhos, somente. Hoje, vivemos em famílias ampliadas e agregamos parentes na nossa convivência social e mesmo econômica.

Por isso, é cada vez mais importante nos preparar para criar mecanismos que transfiram renda para toda a nossa família. E a maneira mais prática de transferir mais dinheiro para toda a família é apostar na educação de qualidade e na qualificação de nossos jovens.

Educar é muito mais do que ganhar boas notas na escola. É resgatar os valores da família, aos nos conscientizar da importância de nossos antepassados. É nos informar sobre a história de nosso Brasil e entender como conseguimos controlar a inflação e conquistar o atual regime democrático.

Educação é valorizar as iniciativas empreendedoras, saber avaliar os riscos de começar um novo negócio, nem que seja nos fundos de nossa casa, de saber defender nossos direitos sejam eles trabalhistas ou de consumidores.

Só a educação de qualidade nos transforma em cidadãos altivos e conhecedores de nossos deveres e direitos.

Ao mesmo tempo, a boa educação nos mostra a necessidade de ajudar nossos filhos a se qualificar para a vida. É necessário, cada vez mais, que escolhamos uma área de atuação e nos dediquemos a ela até sermos respeitados pelos nossos colegas de trabalho, nossos chefes ou nossos clientes.

É dessa combinação de educação com qualificação que conseguiremos melhorar nossa situação dentro dos setores econômicos que atuamos e transferir, juntos, mais renda para nossas famílias.

Não podemos esquecer, contudo, que educação e qualificação exigem atitude e disciplina ao longo dos anos. Mas é uma poupança certa, com retorno garantido para nossas famílias e, principalmente, para o futuro de nossos filhos e netos.

Nota do Editor: Cícero Firmino Martinha é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.