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Opinião
09/03/2011 - 07h03
A malfazeja reeleição
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Recém saídos das eleições, onde foram escolhidos presidente da República, governadores, senadores e deputados, já podemos observar prefeitos direcionando suas atividades para as eleições do próximo ano, quando muitos deles serão candidatos à reeleição. Absurdamente, já se discute o futuro eleitoral dos governadores e da presidente Dilma Rousseff, empossados no dia 1° de janeiro último. Impatrioticamente, prefeitos colocam a máquina pública de seus municípios para fazer asfalto e produzir obras de fachada que possam ser inauguradas até outubro do próximo ano e, assim, saciar seus apetites eleitorais. Com isso, os importantes empreendimentos de longo prazo e de infraestrutura, especialmente os que ficam enterrados, são esquecidos e a população continua sofrendo com a saúde pública sucateada, congestionamentos de trânsito, enchentes, desmoronamentos e outros males decorrentes da desumana opção administrativa imediatista e eleitoreira.

São Paulo, a maior cidade do país dá exemplo claro da necessidade de obras públicas que extrapolam o limite temporal de um governo. Não fossem avenidas marginais e empreendimentos básicos projetados e iniciados nos anos 50, 60 e 70, pelos então prefeitos Jânio Quadros, Prestes Maia, Faria Lima, Figueiredo Ferraz e outros, a cidade seria hoje completamente impraticável. Existem, Brasil afora, centenas de outros bons exemplo mas, infelizmente, depois de instituída a reeleição para o cargo executivo, em vez de se preocuparem em fazer seus nomes passar para a história, os administradores públicos estão mais preocupados em passar pela próxima eleição. E isso enfraquece e debilita seus governos.

A reeleição no Executivo brasileiro foi criada apenas para beneficiar um homem. Já beneficiou dois no mesmo cargo e dezenas de outros em esferas inferiores, e demonstra que em nada favorece o interesse público. Melhor seria que o político que tivesse acesso a um cargo executivo, soubesse preliminarmente que o exerceria apenas por um período, sem a possibilidade de reeleição mesmo que em períodos intercalados. Assim, haveria a salutar alternância no poder e a oportunidade para que todos os capacitados dessem sua contribuição à causa pública. Um político poderia fazer carreira sendo vereador, prefeito, deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente da República, mas não poderia repetir o mesmo cargo executivo. Para maior fluidez, também poderia se estabelecer apenas uma reeleição para o mesmo posto no Legislativo. Essa limitação garantiria a entrada de “sangue novo” para a política e nos livraria das carcomidas oligarquias de neocoronéis e de detentores de “esquemas” que tanto infelicitam e maculam o meio.

Muito se tem falado sobre a necessidade de uma reforma política. A sociedade tem de se manter atenta porque só com a sua pressão é que poderão ocorrer avanços. Só o rolo compressor social será capaz de obrigar deputados e senadores – que têm a obrigação de votar a reforma – a cortar da própria carne e acabar de uma vez com a maldita reeleição. Isso já ocorreu no episódio da Ficha Limpa. Portanto, não é impossível...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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