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Opinião
11/03/2011 - 13h03
Desconstrução da cadeira produtiva editorial
Roberto Dias Duarte
 

Joseph Schumpeter (1883-1950), pensador nascido no império Austro-Húngaro, hoje República Tcheca, dizia que a introdução de uma nova tecnologia destrói, porém dá ensejo a novas e inúmeras oportunidades, uma tese a todo instante corroborada pelo mundo dos negócios.

A grande protagonista dessa eterna guerra santa nos dias de hoje é a Era do Conhecimento, que embora coloque por terra verdades absolutas de outras fases evolutivas, é igualmente pródiga em mostrar caminhos mais interessantes a serem seguidos, a cada dogma que aniquila.

Em substituição às leis reinantes na Era Industrial, sob a égide do tripé produtor-distribuidor-varejista, chegou a vez de modelos alternativos e contornos igualmente novos para redefinir a clássica economia de escala, segundo a qual os preços caem de forma inversamente proporcional ao aumento da produção.

No mercado editorial, essa mudança de papéis - sem trocadilho - só foi possível graças ao advento da Internet e, mais recentemente, da banda larga wireless, o que acabou transformando cada um de nós em potencial autor, produtor, editor e distribuidor de suas criações, enriquecidas por vídeos, imagens digitais e tantos outros recursos.

Além de abalar e, possivelmente, colocar um fim no reinado antes absoluto das editoras, essa nova ordem das coisas também coloca um ponto final no tradicional comércio varejista de livros.

Assim como as maiores bancas de jornal há muito já se transformaram em lojas de conveniência, as livrarias vão se tornando pontos de encontro, discussão e consumo de forma mais ampla, pois quem pretenda apenas adquirir um livro não precisa mais do que o seu computador ou smartphone para tê-lo em casa poucos dias depois.

Ao mesmo tempo, redes sociais como Facebook, Orkut, MySpace, LinkedIn e Twitter, vão tomando o lugar antes ocupado pelos clubes de livros e outras afinidades, algo bastante comum num passado relativamente recente.

Com todo esse pano de fundo, repleto de novas possibilidades para o sempre desejável networking, tanto as pequenas livrarias como as grandes bookstores se transformam em espaços para eventos culturais onde as mais variadas tribos, cada qual ao seu estilo, satisfaz não apenas as necessidades intelectuais e de relacionamento interpessoal, mas também as que envolvem toda uma gama de produtos e serviços.

Até mesmo os profissionais que antes estavam relegados ao outro lado do balcão das livrarias precisam se especializar, a fim de oferecer um atendimento realmente personalizado, capaz de superar o que monitores, teclados e mouses já proporcionam de forma remota e instantânea.

A desconstrução do modelo que durante séculos vigorou na cadeia produtiva literária – em especial a participação nesse processo das editoras, distribuidoras e livrarias –, não tem volta. É tão irreversível quanto a vivida pelas indústrias da fotografia e fonográfica, por exemplo.

Evidentemente, sempre haverá prós e contras quando se mudam paradigmas com tal intensidade. Contudo, autores e consumidores, que correspondem aos elos de início e fim de tudo isso, decerto serão os maiores beneficiados ao se mostrar realmente dispostos a virar a página e seguir em frente.


Nota do Editor: Roberto Dias Duarte (roberto@ideasatwork.com.br) é membro do Conselho Consultivo da Mastermaq Softwares, diretor acadêmico da Escola de Negócios Contábeis (ENC) e autor do livro “Big Brother Fiscal, o Brasil na Era do Conhecimento”.

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