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Opinião
02/04/2011 - 08h06
A estratégica produção do álcool (ou etanol)
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Abastecer o carro com álcool (ou etanol) é vantajoso apenas em Mato Grosso. A notícia que vimos, dias atrás, dá conta de que em 26 dos 27 estados brasileiros, o combustível nacional e ecologicamente correto é mais caro do que a tradicional gasolina. Também vemos a notícia de que, por conta do alto preço, os proprietários de veículos “flex” optam por utilizar a gasolina e, por conta disso, o país é obrigado a importar o combustível. Mesmo o Brasil dominando a tecnologia dos combustíveis alternativos ao petróleo e, de quebra, ainda possuindo a autonomia do óleo e a cobiçada reserva do pré-sal.

Ninguém pode ignorar que, desde o começo da busca do petróleo em território nacional, no começo dos anos 50, quando o governo aceitou a tese de que possuímos reservas exploráveis, o consumidor local paga elevados preços na gasolina e em outros derivados para manter uma política energética. Há, inclusive, o desapontamento de sabermos que a mesma gasolina aqui vendida a preço de ouro é exportada a cotações muito inferiores aos vizinhos e a todo o mundo. Nos anos 70, parte dos recursos do combustível supervalorizado foi carreada para a implantação do frustrado Proálcool. Nos anos 90, o combustível, frustrado na tentativa anterior, ganhou nova força com a adoção da “eletrônica embarcada” nos veículos, que tornou possível o desenvolvimento dos motores “flex”, capazes de queimar tanto gasolina quanto álcool (ou etanol).

Mesmo com o sucesso dos veículos bi-combustível, que hoje constituem a maior parte da produção da indústria automobilística, o Brasil tem sofrido os efeitos da entressafra do álcool. O preço do produto sobe entre dezembro e março ou abril, quando as usinas estão paradas. Com o reinício da safra de cana e a volta da produção, tudo volta ao normal.

Mas, esse ano temos um novo componente no mercado. Além da escassez da entressafra, há a opção dos usineiros por produzir açúcar e não álcool, porque o açúcar dobrou de preço no mercado internacional. E os donos dos veículos movidos a etanol (ou álcool) que se danem. Há, inclusive, a previsão de que o preço do combustível pouco ou nada baixará com o começo da nova safra. É mais uma frustração ao consumidor nacional que, pela segunda vez, confia no carro a álcool (ou etanol) e não tem a garantia de abastecimento a preço compatível.

Os usineiros precisam levar em consideração que suas empresas só puderam ser instaladas ou ampliadas porque o governo lhes concedeu financiamento – muitas vezes privilegiado – através do BNDES e outros organismos oficiais. E o governo tem o dever de, como fomentador da produção, exigir que os tomadores de seus empréstimos produzam o álcool para atender à matriz nacional de combustíveis, por mais vantajosa que hoje seja a produção de açúcar. Automóvel não roda com açúcar e nem os usineiros terão o que dele fazer no dia em que o mercado internacional se regularizar. Logo, o álcool (ou etanol) é a matriz. Quem quiser fazer diferente, deve, por questão de honestidade, abrir mão dos empréstimos obtidos com a finalidade energética...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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