Preguiça... Muitos já se sentem mais devagar só ao ler esta palavrinha mágica. Outros a repudiam e dizem que não sofrem desse mal. Se você é um empreendedor, melhor enquadrar-se no segundo caso. O pecado capital da preguiça é definido como aversão ao trabalho ou negligência, não se resumindo à preguiça física apenas, mas também à preguiça de pensar, sentir e agir. O preguiçoso é aquele indivíduo avesso a atividades que mobiliza esforço físico ou mental. Dentro das empresas, a preguiça é o famoso “deixa para depois” ou “tenho alguém que pode fazer isso para mim”. Tratam-se de pensamentos comuns frente ao imbróglio legal e contábil de nosso País ou simplesmente quando há uma sobra de caixa e se contrata um terceiro para fazer o serviço de banco. Este é um grande erro do empresário. O que será do negócio dele se não estiver por perto, se empenhando em fazê-lo prosperar, traçando objetivos e metas de crescimento, observar a concorrência e estudar o cliente? Provavelmente, a empresa fará parte das estatísticas e fechará antes dos cincos anos de vida. A tentação da preguiça pode estar inserida mais comumente em certos tipos de negócios ou modelos, como o caso das franquias. A promessa de um negócio consolidado, com marca e modelos já estabelecidos e fadado ao sucesso, enche os olhos de muitos empreendedores. Mas lembre-se: milagres não existem no meio corporativo! Uma franquia, por melhor estruturada que seja, não segue adiante sem o empenho do franqueado. De que adianta ter um plano de negócios, metas, funcionários e logomarca pré construída se o empreendedor não está presente para fazer as devidas adaptações e avanços que vão garantir a expansão do empreendimento? O mais importante é que as facilidades de um negócio não sejam confundidas com recursos tipo muletas, que levam à tentação da preguiça. Os recursos de padronização e orientação oferecidos pelos sistemas de franquias, por exemplo, devem ser utilizados para fazer o negócio crescer e não para promover o distanciamento do franqueado. Não basta aparecer na unidade apenas ao final do dia para fechar o caixa ou contratar um gerente muito competente para tomar o seu lugar. Não! Isso não é liderar. É apenas chefiar. Pensando no hoje e no futuro da nação, é necessário conhecer ao seu redor, agregar conhecimento de todos os lados e principalmente do seu publico alvo. O bom empreendedor é aquele que está presente a maior parte do tempo possível, à frente dos negócios, liderando os colaboradores, propondo e estudando novas formas de trabalho, experimentando maneiras diferenciadas de gerir tanto capital financeiro como humano. É necessário assumir uma postura de crescimento e, para isso, o gestor não deve ceder aos impulsos da indolência, procurando ser disciplinado, traçando metas que deverá cumprir num determinado prazo. Um bom conselho para o empreendedor é não cair na rotina da preguiça e na mudança de hábitos. Não sentimos preguiça quando fazemos algo novo e esta é a importância de sempre fazer algo diferente, algo que capaz de prender a atenção e estimular a criatividade. Com estes hábitos, certamente, será possível cuidar melhor e de perto do negócio. A preguiça empresarial é coisa séria, pode acontecer a qualquer minuto do empresário e pode prejudicar muito um empreendimento. E, no caso dos preguiçosos incorrigíveis, pode até levar à falência. Já no âmbito pessoal e familiar, a preguiça também atua negativamente - não é à toa que é chamada de “mãe de todos os males”. Pouco importa o sucesso empresarial se, em casa, o empreendedor e sua família compram sem pesquisar e preferem reunir-se com amigos sempre em restaurantes da moda ao invés de receber e serem recebidos em casa. A indústria da conveniência é um prato cheio para os preguiçosos. Comprar refrigerante e frios junto com os pães, na padaria, podem onerar em mais de 30% o preço final dos produtos frente a uma mesma compra feita em um atacadista ou mesmo em um hipermercado. Deixar de levantar cedo para levar seu filho na escola, que fica a caminho do trabalho, e pagar a van escolar para este serviço significa gastar mais e deixar de dar um exemplo muito positivo aos funcionários: Chegar cedo. Ser pontual. De nada adianta suar para fazer de seu negócio um sucesso, se a remuneração de tal sucesso será deixada em um buffet infantil, pois o casal empreendedor não teve “tempo” de organizar a festinha de cinco anos de seu filho. Falta de tempo é sempre uma ótima, e a mais freqüente, desculpa para os preguiçosos. Nunca falta tempo para a novela ou o futebol, mas com freqüência o tempo some para uma melhor organização de documentos, de processos e também do próprio tempo. Nota do Editor: Mauro Calil (www.calilecalil.com.br) é educador financeiro, autor do livro “A Receita do Bolo” e fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil&Calil.
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