De repente me percebo chegando. Olhos perdidos no nada, pois o que vejo são lembranças passadas. Caminhos vividos, que dançam girando em minha volta, clamando por uma chance de conseguir retornar. O corpo cansado respirando fundo, vislumbrando meu mundo diante de mim, sorrindo tristonho a cada lembrança, me vendo primeiro como criança e agora assim. Queria poder ser mais forte, quem sabe vencer a morte, ou ao menos tentar. Ter o dom da conquista, como troféu à vida, que teima em me abandonar. No trem da minha existência, cada vagão tem seu tempo. Neles eu sigo sozinho, sofrendo baixinho, percebendo o fim. A chegada é iminente, e a passagem que tenho só me traz até aqui... Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.
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