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Opinião
18/04/2011 - 07h00
O crescimento da China no mundo
Alexandre Uehara
 

A visita da presidente Dilma Roussef à China acontece num momento em que se percebe uma transição na percepção brasileira sobre esse país, passando do entusiasmo para o temor com a concorrência. Isso porque, embora a China seja, atualmente, o principal parceiro comercial brasileiro e o resultado seja superavitário, a base do relacionamento não é das mais favoráveis.

No começo desta década as exportações brasileiras para a China cresciam a taxas maiores que as importações, projetando grande entusiasmo em alguns setores da economia brasileira. No entanto, já em 2006 houve queda significativa do superávit brasileiro nesse comércio bilateral e os anos subseqüentes foram de déficits, atingindo um saldo negativo de US$ 3,52 bilhões em 2009.

Nos anos de 2009 e 2010 a balança comercial foi, em ambos os anos, cerca de US$ 5,0 bilhões favorável ao Brasil. No entanto a situação não é confortável, pois as exportações do país não só estão concentradas em commodities, como também em poucos itens. Os dois principais produtos vendidos representam juntos 62,8% do total das exportações brasileiras a esse país - minério de ferro (39,6%) e a soja (23,2%). Do lado contrário, o Brasil apresenta um perfil bastante diversificado, ao ponto de os 100 produtos mais comprados pelo Brasil representarem menos de 50% do total das importações.

O volume total de comércio atingiu US$ 56,38 bilhões, bem a frente dos EUA, segundo maior parceiro, que atingiu US$ 46,34 bilhões. Esses números demonstram a importância econômica da China ao Brasil, e mais recentemente os temas de investimento e câmbio também têm adquirido maior relevância, pois têm afetado diretamente o cotidiano das empresas brasileiras tanto no mercado doméstico quanto no internacional.

Diante dessa relação de interdependência econômica, outro tópico da pauta da visita, a questão dos direitos humanos, que ganhou maior repercussão com a prisão do artista Ai Weiwei, um dos principais contestadores do regime daquele país, não deverá ser tratado de maneira incisiva pela presidente Dilma em sua visita. Os Direitos Humanos têm sido um dos pontos de diferenciação na política da atual presidente em relação ao seu antecessor, sendo inclusive apresentado na abertura e fechamento das diretrizes apresentadas do atual governo.

No entanto, como o tema é muito sensível ao governo de Pequim, ele não deverá ser enfatizado durante a visita para se evitar o risco de haver conseqüências econômicas negativas ao Brasil.

Em resumo, é oportuna a visita da presidente Dilma à China, dada a importância desse país, tanto às relações econômicas bilaterais como nas questões globais. Porém, não há expectativas de grandes resoluções e grandes anúncios ao final da viagem.


Nota do Editor: Alexandre Uehara é coordenador e professor do curso de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco (FRB). Foi pesquisador visitante na Universidade Keio (1993) e na Universidade Sophia (1999-2000).

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