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Opinião
21/04/2011 - 07h08
Caiu, de maduro...
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O outrora festejado Fidel Castro acaba de renunciar à chefia do Partido Comunista Cubano. O caudilho deixa o último posto que ainda o mantinha na ordem-do-dia mesmo depois de sua renúncia à presidência da ilha que, nos últimos 50 anos, foi referência e até exportadora da “revolución” para a América Latina e a África. Uma saída melancólica, pois, apesar dos sucessos cantados em prosa e verso pelos seus amigos de todo o mundo – inclusive do Brasil – Cuba ainda é um país atrasado e hoje sua maior expectativa é o rompimento do bloqueio continental e a possibilidade de volta às transações com os outros países, inclusive os EUA, onde vivem os milhares de cubanos que não suportaram os tempos de Fidel.

A utopia cubana embalou o sonho dos jovens dos anos 60, 70 e até 80, inclusive os brasileiros, mas não subsistiu à derrocada do socialismo. Enquanto era subsidiada pelo “ouro de Moscou”, a ilha parecia um exemplo de prosperidade e, ao mesmo tempo, figurava como um posto avançado de resistência ao império yankee e às ditaduras que proliferavam no continente. Com o esfacelamento da URSS, ficou órfã e teve de bastar-se com os próprios recursos e a boa vontade dos parceiros conseguidos nos tempos de prosperidade induzida. Muitos países da região hoje são governados pelos antigos oposicionistas, simpatizantes do regime cubano, que agora dão aporte político à ilha.

Desde 1959, quando Fidel e os insurgentes chegaram a Sierra Maestra e derrubaram o regime do ditador Fulgêncio Batista, muita coisa mudou em todo o mundo. Acabaram a Guerra Fria e o próprio socialismo, duas alavancas que justificaram e sustentaram o regime de Castro por pelo menos três décadas. Sem o espectro bi-polar (direita-esquerda), o mundo foi capaz de entender que os seus problemas são maiores e mais complexos do que a simples posição para um lado ou para o outro. A China que, desde o fim dos anos 40 do século passado, viveu o socialismo, não abandonou oficialmente o sistema, mas adotou práticas capitalistas e hoje é a grande potência mundial em evolução. A crise de 2008, que levou à bancarrota grandes corporações da Europa e dos Estados Unidos, demonstrou que o capitalismo não pode prescindir do aporte de verbas públicas; na crise, o Tesouro Público foi o responsável pelo salvamento das grandes corporações privadas.

As experiências do último século são marcantes. Ficou claro que os sistemas e movimentos totalitários – nazismo, fascismo, comunismo, socialismo, ditaduras, mackartismo e outros – são apenas teses imediatistas. O ideal é o sistema de convivência pacífica entre os povos, cada um respeitando a identidade do seu vizinho e tentando caminhar junto naquilo que for possível.

A intolerância dos regimes totalitários, felizmente, parece ter chegado ao fim. Fidel é o último bastião daqueles tempos e caiu, de maduro...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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