As apresentações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, no CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) mostram que o governo deve continuar adotando medidas de controle da inflação sem prejudicar o ritmo de crescimento da economia. Sendo assim, a convergência da inflação para o centro da meta determinada pelo Conselho Monetário Nacional demorará mais tempo. Somente no ano que vem a inflação anual poderá chegar aos 4,5%. O controle do avanço dos gastos públicos e a manutenção dos investimentos públicos ajudam no controle da inflação. Porém, se o governo fosse mais rigoroso nestes pontos (mais esforço de controle de gastos ordinários e de aumento dos investimentos), o país poderia reduzir mais rápido a inflação e as taxas de juros. O ponto positivo das apresentações é que o governo está agindo de forma coesa, com maior harmonia entre o BC e o Ministério da Fazenda. Há um consenso em relação à necessidade de redução do ritmo de crescimento dos gastos e do aumento dos investimentos. Antes tarde do que nunca. Mas esse consenso poderia se dar em torno de metas mais rigorosas com menor tempo para seu cumprimento. Nota do Editor: Alcides Leite é professor de economia e de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios. E-mail: alcides.leite@trevisan.edu.br.
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