O sobe e desce do mercado de ações pode assumir um papel de inibidor para a entrada de novos investidores. Escolher uma única ação e concentrar os recursos pode ter consequências muito negativas. Uma desvalorização mais significativa vai desmotivar a permanência do iniciante e até mesmo pode criar uma resistência para oportunidades futuras. Em setembro de 2010, a quantidade de pessoas físicas na bolsa atingiu o recorde de 630.895. Nos últimos meses do ano, no entanto, de acordo com dados da BM&FBovespa, até o final de março o número de pessoas físicas na bolsa caiu para 597.014. Ao mesmo tempo em que a volatilidade pode assustar os investidores, a busca por alternativas mais rentáveis é crescente. Uma boa alternativa para este perfil é optar pelos clubes de investimentos. Durante as crises, normalmente, aparecem ótimas oportunidades para investimentos de longo prazo. Quando todos querem vender, os ativos estão mais baratos, sendo um bom momento de comprar e diversificar a carteira. Podemos definir um clube de investimentos como um grupo de pessoas que se associa para investir no mercado de ações. É possível criar um novo clube ou ingressar em um grupo já formado. Não há idade mínima para começar. Normalmente, os clubes são indicados principalmente para iniciantes que querem aprender a investir em ações e a gerenciar o próprio patrimônio. Com baixos valores de investimento, os clubes possibilitam a redução de custos e a própria diversificação dos investimentos, diminuindo os riscos e aprendendo a operar no mercado de capitais. No entanto, há uma série de questionamentos na hora de investir. A principal dificuldade e maior dúvida do investidor é o que considerar para escolher os papéis. Mesmo com acesso à informação, tomar a decisão de onde alocar os recursos não é nada fácil. Acompanhar os setores e os principais papéis negociados no mercado é uma das iniciativas que ajuda neste processo. Quando opta pela formação ou a participação em um clube de investimentos, o investidor divide está responsabilidade. Considerando que o clube tem o formato de um condomínio, as discussões ficam mais amplas e a escolha pelos papéis é feita conjuntamente, o que diminui a pressão que o investidor individual pode sentir na hora de definir a própria carteira. Muitas vezes, o fato de dividir a responsabilidade e a tomada de decisão já deixa o investidor mais confortável e confiante. Além de aprender a operar e a investir em ações, outra grande vantagem de um clube de investimento é a possibilidade de ter acesso a lotes maiores e papéis diferenciados. Isto ocorre porque, considerando que o clube reúne um grupo de investidores, o valor total disponível para investimento é bem mais elevado do que o valor investido individualmente por cada membro do clube. Consequentemente, com volumes maiores, é possível buscar lotes diferenciados de ações, o que não seria possível se cada um fizesse as operações separadamente. Se os volumes são maiores, as taxas que recaem sobre cada investidor também são, geralmente, menores. Ao contrário dos fundos de investimentos, que exigem grandes estruturas para administração dos recursos, a gestão do clube é bem mais simples, feita pelos próprios investidores. Em uma estrutura menor, os custos com administração também são menores, o que significa mais dinheiro no bolso do cotista. Mesmo em momentos de instabilidade, vale lembrar que há boas oportunidades de investimento no mercado e, ao dividir experiências, dúvidas e expectativas com um grupo de investidores, a decisão fica mais simples e agradável. Hoje, para investir em ações, há uma série de alternativas. Acompanhar os resultados financeiros, avaliar empresas boas pagadoras de dividendos e acompanhar as ofertas iniciais de ações contribuem para a identificação de boas oportunidades de investimento. Diversificar o risco é a recomendação central. Dividir as experiências e a responsabilidade pela escolha dos papéis, via a criação ou a participação em um clube de investimentos, pode ser uma saída para aqueles que querem começar a investir no mercado financeiro. Nota do Editor: Robson Queiroz é diretor operacional da SLW Corretora.
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