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Medicina e Saúde
19/05/2011 - 23h40
Avanços mundiais contra o câncer
André Márcio Murad
 

A sociedade tem muito que comemorar na luta contra o câncer. Dados da Sociedade Americana de Oncologia, em seu relatório anual e em estudos apresentados no Congresso de Câncer Gastro-intestinal da Sociedade Americana de Oncologia, em São Francisco (EUA), no início deste ano, apontaram cinco grandes avanços da oncologia relacionados a diagnóstico, prevenção, diminuição da mortalidade e aumento da sobrevida dos pacientes vítimas do câncer. Nos EUA foi constatado que os homens sofreram os maiores declínios nos novos casos de câncer – principalmente de próstata, pulmão e colorretal - e de mortes pela doença, apesar de a incidência global ainda ser mais alta no público masculino. Entre as mulheres, foram reportados declínios para dois dos três tipos mais diagnosticados: câncer de mama e colorretal.

As estatísticas otimistas aparecem também no Brasil, aliás, com números ainda melhores. Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) mostrou redução de 10,5% na mortalidade das mulheres e de 4,6% para os homens, entre os anos de 1980 e 2004. Tanto nos EUA quanto no Brasil os indivíduos estão conseguindo melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo em que a medicina avança em novas descobertas no diagnóstico e no tratamento da doença.

Quando o assunto é prevenção e diagnóstico, as boas notícias chegam dos estudos realizados pelo Nacional Lung Screening Trial (NLST) que comprovaram: a Tomografia Computadorizada em Espiral com baixas doses de irradiação (TC) é mais eficiente que a Radiografia de Tórax convencional na detecção precoce de tumores malignos no pulmão, sendo capaz de reduzir em até 20 % as mortes por câncer entre os fumantes. Resumindo, rastreamento de câncer em estágios menos desenvolvidos e maior tempo de atuação na busca pela cura.

Outro avanço na área de diagnóstico é a utilização cada vez maior de exames menos invasivos, como, por exemplo, o microchip de triagem de células que pode coletar células tumorais em sangue periférico, indicando a presença ou não da doença. Este processo tem permitido o estudo genético das células, testes em laboratório com drogas mais apropriadas e efetivas para cada tipo de tumor, além da cultura destas células para estudos mais sofisticados de prognóstico, evitando muitas vezes tratamentos agressivos e desnecessários e promovendo a personalização do atendimento.

As conquistas também são significativas em tratamento e qualidade de vida para as mulheres acometidas pelo câncer de mama, o mais freqüente entre as brasileiras. O tratamento da doença avança progressivamente em relação às técnicas cirúrgicas menos agressivas e mais conservadoras e à melhoria do tratamento radioterápico e medicamentoso. Recentemente, a medicina descobriu que mulheres com câncer de mama em fase mais precoce poderiam ser poupadas da cirurgia nas axilas para remoção dos linfonodos, mesmo quando verificado que o linfonodo sentinela estava comprometido. Os resultados apontaram que quando tratadas com medicamentos corretos, as pacientes que não tiveram a axila operada apresentaram os mesmos índices de cura e de recaída que aquelas submetidas à cirurgia.

Ainda relacionadas aos tratamentos, as novidades apareceram em medicamentos, principalmente, no que diz respeito a aumentar a sobrevida de pacientes como, por exemplo, no caso de vítimas de câncer de ovário e peritoneal, ambos de difícil tratamento. A pesquisa do Dr. Robert Burger, do Fox Chase Cancer Center, na Filadélfia (EUA), demonstra que a utilização do bevacizumabe, medicamento para impedir que o tumor canceroso desenvolva vasos sanguíneos que o alimentem, combinado com a quimioterapia, diminui a evolução continua do câncer de ovário avançado e aumenta a sobrevida das doentes.

O câncer ainda é uma doença alarmante, com cerca 12 milhões de novos casos e 7,6 milhões de óbitos em todo o mundo, somente em 2008. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, é a segunda causa de mortes. No entanto, avanços e conquistas da medicina merecem ser exaltados e compartilhados com a sociedade, uma vez que já comprovaram eficácia e esperança frente a essa doença impiedosa.


Nota do Editor: O prof. André Márcio Murad é Coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG, do Centro de Oncologia Hospital Lifecenter e do CENANTRON – Centro Avançado de Tratamento Oncológico.

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