Jairo e eu moramos em um belo sítio, não muito longe da cidade. Há algum tempo, estávamos dormindo, tranquilamente, madrugada adentro, quando o Jairo foi acordado por um barulho próximo a sua cabeça. Sonado, tentou distinguir o som e percebeu que vinha do copo com água sobre o criado mudo ao lado de uma jarra. O barulho soava como uma trepidação. Dias antes havíamos assistido uma reportagem na Discovery sobre terremotos, abalos e prestamos muita atenção em tudo. Embora no Brasil os abalos até hoje foram quase que imperceptíveis, nunca se sabe. Aqui também não havia tornados, então, é melhor ficarmos atentos. Jairo me chamou: - Meu bem, você está sentindo? Respondi, meio sonada: - Sinto sim, muito sono. - Você não percebe? - perguntou Jairo - O copo está trepidando! Eu, assustada, gritei: - Terremoto? Levantei-me rapidamente e acendi a luz. Olhamos para o quarto todo e retornamos o olhar para o copo. Um breve silêncio e nossos olhares se cruzaram... Uma barata grande e cascuda tinha caído de costas no copo, acabou morrendo afogada no restante de água. Ainda bem que não foi um bicho maior no poço, senão, o susto faria a gente pensar em um tsunami.
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