Segundo a OMS, cerca de 1,2 bilhões de pessoas são fumantes
O tema escolhido para o Dia Mundial Sem Tabaco pela Organização Mundial da Saúde (OMS), lembrado em 31 de maio, é a “Convenção-Quadro para Controle do Tabaco”. A convenção é o primeiro tratado negociado sob o consentimento da OMS e se destaca ao reafirmar o direito de todas as pessoas à saúde, ao fornecer novas dimensões jurídicas para a cooperação no controle do tabaco e por cobrar políticas eficazes para a redução do consumo. O pneumologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, João Adriano de Barros esclarece que fumar é uma doença. “Para o controle é necessário consulta médica, psicológica, uso de medicamentos, terapia comportamental e de grupo e, finalmente, as leis contra o tabaco”, afirma. O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a segunda maior causa de morte no mundo. Só perde para a hipertensão, e atualmente mata um em cada dez adultos. A estimativa é que um terço da população mundial adulta, isto é, 1,2 bilhões de pessoas sejam fumantes. O cancerologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Fernando Chicoski ressalta que o tabaco ataca mais o pulmão e a garganta, por isso, as pessoas que fumam devem ficar atentas para sintomas respiratórios. “Muita tosse, falta de ar, escarro com sangue, rouquidão e feridas na boca podem ser alguns dos sinais de câncer”. O médico enfatiza que na maioria dos casos não há indícios no estágio inicial, apenas quando a doença está avançada. Para o Dr. João Adriano de Barros, o cigarro também está ligado à origem de outros tumores malignos. “Podemos enfatizar o câncer de boca, laringe, bexiga, esôfago, pâncreas e estômago. Esses tipos de neoplasias são de difícil controle e tratamento”, ressalta. A fumaça do cigarro também pode prejudicar o organismo, pois a temperatura alta agride a mucosa brônquica. Sozinha, a fumaça contêm cinco mil substâncias, entre elas as cancerígenas, como os hidrocarbonetos cíclicos. “Ao inalar o monóxido de carbono diminui a oxigenação do organismo e consequentemente do cérebro, coração e os rins”, salienta o pneumologista. O tratamento é específico para cada tipo de câncer e pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Segundo Dr. Chicoski, ao fumar a pessoa pode comprometer o tratamento do câncer mesmo quando o cigarro não é a causa da doença. “Uma pessoa com câncer de intestino que seja fumante pode ter complicações, como bronquite crônica, além de aumentar o risco de problema em uma possível cirurgia” explica. De acordo com o cancerologista, o câncer não é o único mal causado pelo tabaco. “Doenças respiratórias graves como enfisema pulmonar, bronquite, AVC (popularmente chamado de derrame cerebral) e infarto do miocárdio são doenças relacionadas ao cigarro muito mais frequentes que o câncer”, alerta.
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