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Opinião
01/06/2011 - 07h28
A paz em dois minutos
Mauro Wainstock
 

Você já reparou que Israel, este minúsculo país, não possui assessoria de imprensa mas é assunto diário na mídia? Entendendo ou não sobre política internacional, conhecendo ou não questões diplomáticas, sendo especialistas ou mero curiosos, somos (também estou te incluindo) obrigados a polemizar sobre seus posicionamentos e atitudes. Assim como no futebol, as discussões são tão empolgantes quanto desafiadoras; tão enérgicas quanto inócuas. Assim como no jogo, não entramos em campo, mas gritamos, xingamos, vibramos da arquibancada: criticamos o juiz, nossos próprios jogadores e até mesmo o torcedor do nosso lado... Mas a paz não é uma disputa, em que adversários duelam e só há espaço para um vencedor. A paz não se constrói com palavras “marketeiras” pronunciadas em palanques, com pseudo-sorrisos, abraços hipócritas ou constrangedores apertos de mão diante das câmeras. E menos ainda com fotos que eternizam assinaturas formais.

A única caneta da paz que realmente funciona é a usada pelo ”educador” – entendido como aquele que coloca a paz verdadeira como sincera prioridade, independente de sua ideologia, nacionalidade ou nível sócio-cultural. Apenas ele é quem pode mudar mentes e corações. Que utiliza sua capacidade pessoal mobilizadora para alterar conceitos transmitidos e enraizados através de gerações contaminadas historicamente. Apenas ele tem o poder e a credibilidade para aglutinar e conscientizar. Apenas ele é quem tem a determinação, a liberdade e a vontade espontânea tão imprescindíveis para consolidar o conceito de que o “outro” não é um oponente, mas vem do mesmo berço, possui as mesmas raízes e origens. Que o “outro” não é um adversário, mas apenas pensa diferente. E que é justamente a integração destas diferenças que proporcionou culturas tão ricas, diversificadas, globalizadas e pluralistas.

O “já basta” deve ser uma ação concreta e não uma retórica diplomática. Não precisamos concordar, mas acordar. Temos que substituir o inconsciente coletivo pelo consciente individual. Um trabalho multiplicador, de constante envolvimento: em casa, na sala de aula, nas redes sociais, no dia-a-dia. Um empenho que nos obriga a sair da “zona do conforto”; que respeita o passado, age no presente e acerta no futuro. Que pensa com otimismo realista e ignora os negativistas ficcionais. Afinal, vidas perdidas são famílias sofrendo. E em famílias sofrendo, as vidas são perdidas. Quantos corações ainda serão atingidos precocemente? Quantas lágrimas inocentes ainda vão chorar? Quantos belos sonhos ainda serão transformados em tragédias reais? Quantas vítimas continuarão sendo meros números do conflito, páginas viradas da história? Não dá mais para continuar com provocações, agressões e ilusões.

Neste 01 de junho, “Dia de Jerusalém”, cidade sagrada, que une povos e religiões, etnias e raças, gêneros e ideologias, peço ao mundo que faça dois minutos de silêncio: um em homenagem àqueles que, de alguma forma, pereceram na busca pela paz, e outro para marcar uma nova era, protagonizada por aqueles que, com fé, garra, confiança e coragem, estão convictos de que é viável conquistar goleadas históricas no campo do respeito mútuo, do relacionamento pacífico, onde o preconceito será expulso e a “seleção do bem” sempre ovacionada.


Nota do Editor: Mauro Wainstock é jornalista, publicitário e diretor do Jornal ALEF (www.jornalalef.com.br), da comunidade judaica.

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