Barbaridade! Acho que ontem à noite baixou o espírito da insônia da Lu por aqui, não consegui pregar o olho muito além da madrugada e para completar a lembrança da insônia e da amiguinha até imaginei um beija-flor pousado na janela. Olhei para o relógio e pensei... daqui pouquinho começa a sinfonia dos bem-te-vis. Foi quando me lembrei de recorrer à música, convoquei de pronto Friedrich Guida para executar ao piano “Toccate et fugue” de Bach, enquanto apanhava na mesinha de cabeceira “Werther” de Goethe e fui sofrer com ele... Pobre Werther, um sonhador apaixonado, não resistiu ao amor impossível de Charlotte e estourou os miolos com um tiro de pistola. Leitura encerrada, Friedrich, recebeu os aplausos que merece e também encerra o seu recital. Liguei o rádio e... ó dó! Ó dor! Foi a vez de Julio Jaramillo chorar as suas mágoas e pedir para que “No me toques Ese Vals” porque Ella lo cantaba e elle já não quer lembrá-la, se sente bien estar solito e canta pra ex-amada: “Me estoy acostumbrando a no mirarte / me estoy acostumbrando a estar sin ti / Ya no ti necessito / tu ya no me haces falta”. Ah, o amor... vá lá entender... como sofrem as pessoas por conta deste sentimento, pois não? Só resta aos corações livres como o meu, fazer vez por outra uma oraçãozinha intercedendo ao Senhor das alturas pelos sofredores. E o sono que não chegava e já que não gosto de contar carneirinhos, deixei o meu pensamento divagar... Mergulhei no tempo e cheguei até Sócrates, ele que disse que nada sabia, no entanto, sabe o que ele disse sobre o amor em seus diálogos? Que era o único sentimento que ele podia entender e falar com conhecimento de causa. Já Platão imaginava o amor uma caçada, e não me pergunte o porquê, que nada sei. E o sono foi chegando... o bom disso tudo é que “me stoy acostumbrando a estar sin ti”. Sem o sono? Ha ha ha... may be, may be... Brincadeirinha, insônia é coisa ruim, Lu que o diga.
|