Donas de casa não podem despejar o medicamento no lixo comum
O que você faz quando descobre que os remédios da sua farmacinha caseira estão vencidos? Junta todos e joga tudo no lixo comum? Pois saiba que essa é uma prática perigosa, e que pode contaminar o meio-ambiente. Um estudo feito pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímicas Oswaldo Cruz entrevistou 1.009 pessoas na cidade de São Paulo e mostrou que apenas 2,7% dos entrevistados já havia recebido alguma orientação sobre descarte de medicamentos vencidos. O levantamento constatou que 75,32% das pessoas descartam no lixo doméstico e 6,34% jogam na pia ou no vaso sanitário. E mais, 92,5% nunca perguntaram sobre a forma correta de fazê-lo. De acordo com Rosângela Greghi Santos, responsável pelos medicamentos manipulados da Ao Pharmaceutico (www.aopharmaceutico.com.br), empresa que atua há 27 anos na Baixada Santista e que recebe em suas filiais esse material para descarte correto, o Conselho Nacional do Meio Ambiente estabelece normas somente para o descarte de medicamentos e lixo hospitalar de órgãos ligados à saúde pública, como clínicas e hospitais, mas não há nenhum tipo de regulamento sobre o descarte domiciliar. A orientação da prefeitura é de que os medicamentos vencidos sejam levados aos postos de coleta de lixo tóxico. “Ao Pharmacêutico está agindo, de forma direta, fazendo o recolhimento deste material em nossas filiais. Afinal, é uma questão que necessita atenção, principalmente pela urgência em tomarmos uma postura ambientalmente correta” afirma. Rosangela alerta também que qualquer medicamento ingerido, independente do tipo, é eliminado do organismo por meio da urina. Estudos comprovam que a maioria dos antibióticos é eliminada em sua forma original, e estes resíduos vão direto para o esgoto, chegando a rios e mares. “Os processos de tratamento da água não conseguem eliminar estes resíduos por completo, e em contato com a água, esses produtos podem contribuir para a existência de bactérias cada vez mais resistentes”, explica. O descarte inadequado de medicamentos prejudica a fauna, contaminando animais e, conseqüentemente, a saúde do homem, tanto pelo surgimento de microorganismos mais resistentes como pela contaminação dos alimentos. Alguns estudos sugerem ainda outras conseqüências, como o aumento nos casos de alergias a remédios e alteração nos padrões da voz em homens, distúrbios de comportamento e puberdade precoce, por causa da concentração de hormônios femininos na água.
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