É inevitável o questionamento sobre se algum dia chegará o “seu dia”, já que para muitas, às vezes, são meses ou até anos de espera para a concretização deste sonho. Sentimentos de insegurança e medo da não realização deste desejo costumam invadir muitas mulheres, que, muitas vezes, chegam até mesmo a perder as esperanças de que a maternidade também poderá ser para elas. Penso que é bastante complicado quando acontece a perda da crença interna em ser mãe. Claro que compreendo que esse sentimento é bem comum, principalmente, entre as mulheres que tentam engravidar há bastante tempo. A impressão que me dá é que, com tantas frustrações, fica inscrito internamente no psiquismo destas mulheres: “Incapaz de ser mãe”, quando, na verdade, não sabemos o porquê das coisas, e muito menos, podemos controlar o momento de chegada de uma nova vida, então, como nos responsabilizarmos por isso? Escuto muitas vezes das pacientes que atendo: “Preciso conviver com a possibilidade de ser, como também com a de não ser mãe!”. Daí o meu questionamento: “Será?”. Penso que a maternidade realmente só não será possível para as que desistirem dela, já que, se não podemos controlar a via biológica, podemos, sim, abrir novos caminhos para a realização desse desejo. Hoje em dia, existem diversas formas de tratamentos que possibilitam, de alguma forma, a realização deste sonho; além disso, a adoção também pode ser um caminho a ser considerado. Desta maneira, a força interna de cada mulher para perseverar neste sonho, bem como a crença em sua capacidade de cuidar e amar uma criança serão determinantes neste processo, até a chegada do dia de poderem ouvir “Feliz Dia das Mães”. Nota do Editor: Luciana Leis é psicóloga. É especializada no tratamento de casais com problemas de fertilidade.
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