Anos atrás nosso então presidente topetudo, Itamar Franco ficou feliz por derrubar a bolsa de valores. “Nós vencemos eles”. Nosso querido ex-presidente foi bastante polêmico, e nos brindou com muitas frases e flagrantes. Na época eu como quase economista, ex operador de pregão Bovespa e BM&F, achei um absurdo a afirmação dele. Afinal, ele estava se congratulando por afundar o país! Afinal o mercado financeiro é uma forma das empresas conseguirem capital de risco para realizar investimentos produtivos, gerando emprego e divisas para a nação. Desculpe Itamar, eu estava errado e você certo. Já venho a algum tempo desconstruindo minha ideia sobre a nossa sociedade baseada no capital, mais ontem vendo os protestos da Grécia, que passa por uma profunda crise, com alto desemprego e falta de perspectivas para o povo. O governo grego na última década levou as despesas públicas as alturas, e praticamente dobrou o salário do funcionalismo. Agora o país tem dificuldades para pagar suas dívidas e o parlamento vai aprovar um pacote de austeridade que vai congelar o salário dos servidores públicos, aumentar impostos, o preço da gasolina e elevar a idade mínima da aposentadoria. Este pacote vai impactar diretamente a vida de todo povo grego. É assim, uns se privilegiam e todos pagam a conta. O capital tem que ser preservado, pois é o ente máximo de nossa sociedade. O povo grego vai pagar o pato, para que o capital não seja prejudicado. É algo surreal, pessoas serão sacrificadas no altar. É verdade, o altar! Vejam, bastou o parlamento grego acenar com possibilidade de aprovação deste pacote de austeridade econômica que as bolsa entraram em festa pelo mundo todo. São verdadeiros templos do capital. E em nome deste deus, realizamos estes verdadeiros sacrifícios humanos. Nota do Editor: Paulo Sanda é teólogo, chefe escoteiro, palestrante, idealista, associado da ONG RUAH e tem sido ativo participante das manifestações Belo Monte NÃO, em São Paulo. RUAH – Desenvolvimento Integral do Ser Humano.
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