24/08/2025  18h19
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
10/07/2011 - 17h07
Libertando enjaulando-os
Dartagnan da Silva Zanela
 

O amigo leitor já assistiu ao filme Enjaulados? Então não perca tempo e dê um jeito de encontrá-lo e assista. Este é um dos poucos trabalhos, se não for o único, do cineasta Andy Anderson lançado em 1998. O filme versa sobre os dilemas enfrentados dentro sistema educacional contemporâneo que confia tolamente em uma hipotética benevolência infusa da juventude, fechando as vistas para a torpeza que toma conta de suas almas e que faz-se refletir em seus atos.

O filme em questão narra o drama de um professor substituto que se vê agrilhoado pelo sistema que faz das tripas coração para impedi-lo de transfigurar aqueles jovens monstrinhos em seres dignos, prestativos e bons. Todavia, não podia ele nem mesmo desaprovar as atitudes torpes destes, pois, segundo o entendimento da direção do colégio, dos advogados, dos pais e da Dona Norma (a pedagoga) ele estaria ferindo os direitos desses coitadinhos.

Diante disso, ele toma uma atitude extrema. Bem, você pode muito bem imaginar o que ele fez: ele os seqüestrou e os enjaulou com o objetivo de educá-los. Trocando por miúdos, o professor resolveu tomar uma atitude extrema frente a uma situação extrema. Ele amava aqueles garotos e não suportava vê-los sucumbindo em hábitos viciosos estimulados sorrateiramente por pessoas que apenas possam de boazinhas.

Em meio ao desenrolar da história é levantada a questão: não estaria o professor manipulando os alunos? Não estaria ele adestrando-os? Em resposta, são lançadas essas perguntas: e o que o sistema educacional tem feito? O que a mídia faz? O que a sociedade como um todo faz? Não há como não considerar a hipótese de que nos acovardamos moralmente e cruzamos os braços diante da destruição em massa que está sendo feita nas almas que integram essa geração e é a isso que a película em questão nos chama atenção.

Estamos diante da total degradação dos valores e, juntamente com eles, de todo o senso de proporção que dá forma a uma conduta digna e a única coisa que faz-se é lamentar, discretamente, sobre os males que assolam o que convencionou-se, em nossa hipocrisia ululante, chamar de educação, porém, quantos realmente tem coragem de dar um basta e fazer deste a sua atitude perante esse circo infernal, quantos?

Falta-nos muita fortaleza para fazer aquilo que é dever de nossa geração e nos sobram cavalares doses de pusilanimidade disfarçada cinicamente de prudência. Definitivamente, falta-nos educação tanto quanto nos sobra dissimulação.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.