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Opinião
30/07/2011 - 17h02
Salvar a Grécia é salvar o Euro
Creomar Lima Carvalho de Souza
 

Poucas semanas após o encerramento de uma rodada de negociações que resultou em um acordo que impediu a insolvência grega, o governo ateniense retorna as manchetes globais. Desta feita, as medidas visam flexibilizar o acordo anteriormente firmado reduzindo juros dos empréstimos prestados e aumentando os prazos para pagamentos dos débitos adquiridos. Porém, em um mundo no qual a política internacional não é caracterizada por ações caridosas, é importante fazer uma pergunta: Por que é tão importante dar à Grécia a possibilidade de quitar seus débitos com um menor grau de sacrifício do que o anteriormente acordado?

A resposta a este questionamento vai além da crise grega e traz a luz uma questão bastante importante: a adoção de uma moeda única entre diversos países europeus criou um grau de sinergia entre as economias que a simples falência de um dos atores traria dificuldades a todos os sócios. Esta perspectiva aqui apresentada tem como direcionador fundamental o fato de que o salvamento da Grécia significa sinalizar ao sistema internacional que as autoridades européias não visam desistir do caminho tomado quando da adoção do Euro.

Isto quer dizer que a necessidade de se fazer um reescalonamento dos débitos gregos é marcador de dois elementos: o primeiro, de que as autoridades monetárias da União Européia vislumbram os riscos de contágio para outros países das dificuldades apresentadas pelo estado grego. E o segundo, a necessidade de construção e consolidação de uma alternativa que dê sobrevida aos governos europeus que possuam dificuldades estruturais para a quitação de seus débitos.

Em alguma medida pode-se afirmar que a classe dirigente da União Européia assumiu que o salvamento da economia Grega é necessário para enviar uma mensagem de força e coesão aos seus parceiros e ao sistema financeiro como um todo. Ademais, ao assumir a necessidade de revisão dos acordos anteriormente firmados, e, ao acionar um instrumento formal de socorro aos países que por ventura sejam vítimas de crises financeiras e orçamentárias – Linha de Estabilidade Financeira Européia – o combate as dificuldades financeiras torna-se uma política comum ancorada em instrumentos institucionais claros.

Tenta-se, portanto, passar a mensagem de que o governo grego não será abandonado a própria sorte. Em perspectiva história, pode-se afirmar que milênios após a derrota dos persas que permitiu a construção da civilização européia clássica, hoje o destino da Europa contemporânea mais uma vez repousa sobre os caminhos de Atenas.


Nota do Editor: Creomar Lima Carvalho de Souza é professor de relações internacionais do Ibmec/DF, mestre pela UnB (Universidade de Brasília) e especialista em política externa dos EUA pela Universidade da Flórida.

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