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SEÇÃO
Crônicas
09/08/2011 - 10h00
`Olha a pamonha!´
Marina Alves
 

Uma coisa que gosto muito? Pamonha. Também, nascida e crescida entre milharais não podia dar outra. Na fartura das roças a gente aprendeu a comer tudo de milho verde: suco, bolo, curau, milho refogadinho, milho assado, milho cozido... Delícias! Mas a pamonha... A pamonha é um caso à parte. Sei que há mil receitinhas por aí. Cada região tem seu jeito de fazer. Algumas salgadas, com lombo de porco, linguiça de porco, calabresa, cheiro verde, pimenta; outras doces que levam goiabada e queijo, ou só queijo fresco...

De queijo fresco. Essa é a minha preferida. É como vi minha mãe fazer a vida inteira. Em tempo de safra... Ai, que bom! Ralar o milho, temperar a massa com aquele ponto exato de pamonha “Cuidado, gente, não pode realçar nem o sal nem o doce”. Se um dos dois passava... Ah, não era mais a legítima pamonha. Daí, o cuidado na dosagem dos ingredientes. Daí também, creio eu, a expressão “É um pamonha!” pra se falar da pessoa que não decide nada, não apita coisa alguma ou não tá nem pra lá nem pra cá... Uma coisa sonsa, digamos, no meio do caminho...

A massa cuidadosamente distribuída nas palhas de milho bem escolhidas - largas, limpas, e cortadas nas pontas - um generoso pedaço de queijo fresco no meio. A pamonha embrulhadinha, as pontas bem dobradas para não deixar entrar água na hora do cozimento. Uma tirinha fina de palha amarrando e lá ia ela para o tacho com água fervendo... Pamonha fria? Nem pensar. Bom demais era desamarrá-la no prato, soltando fumaça de tão quente, o queijo derretendo... Ah, que sabor inesquecível! Era comer devagarinho, degustando cada pedacinho, sonhando que o mundo era só pamonha...

Faz tempo que não como uma boa pamonha. Resolvo ir à caça de uma pra matar a vontade. Lá no ponto, o já conhecido pregão “Pamonha, olha a pamonha!”. Olho, mas já meio triste: pamonha em caixa de isopor! Que remédio? Levo a minha. Em casa, ansiosa, vou desembrulhando. Ué! Cadê a palhinha de milho amarrando? Não tem! É uma pamonha moderna, amarrada com elástico, daqueles de prender pacotinhos de dinheiro nos bancos... Sem graça! E a fumacinha? Também já era! Esfriou! Vou cortando a pamonha que, pro meu gosto, tá meio branca... Chi! Cadê o queijo? Esqueceram de pôr ou vem sem mesmo? Ah, não! Sinceramente! Não vai dar não! Sem palhinha amarrando ainda passa, mas sem queijo? Meio emburrada abandono a pamonha. O jeito é consolar o estômago com uma “tainha” de queijo fresco...

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