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Opinião
21/08/2011 - 18h04
A colaboração e o darwinismo empresarial
Delano Lins
 

De modo geral, somos lentos ao perceber o desaparecimento de grandes empresas, mas esse é um fenômeno cada vez mais comum. Um estudo promovido pelo consultor John Trudel nos anos 90 mostrou que ao menos 25% das 500 maiores empresas do mundo desaparecem ao longo de uma década, um índice que não é menos verdadeiro no Brasil. Para nós, o fato de que algumas marcas persistem no cenário empresarial nos dá a falsa impressão de que, no mundo corporativo, pouca coisa muda, mas é fato que muitas marcas que persistem estão em outras mãos e já não representam as empresas que as fizeram nascer.

Nos Estados Unidos, a totalidade dos empregos gerados nos últimos cinco anos se deu por obra e graça de empresas criadas nesse mesmo período, ou seja, são exatamente as novas empresas, muitas vezes criadas por empreendedores recém-saídos de universidades, as que responderam pelo aumento líquido de empregos no país. E qual é a marca destas jovens empresas? A colaboração.

Algumas mais, outras menos, a colaboração tem sido o fator crucial para o nascimento e a consolidação de muitos empreendimentos, enquanto que a ausência de colaboração parece estar tirando o oxigênio de grandes conglomerados, que declinam e caminham para o desaparecimento. Empresas que se consideram autossuficientes e que buscam a inovação por meio de caros e isolados processos de criatividade terminam percebendo tardiamente que alguns jovens empreendedores, articulados na Internet, criaram do nada, a custo literalmente zero, negócios que hoje estão situados na casa dos bilhões de dólares.

Tem sido uma triste realidade o fato de que os grandes conglomerados são lentos em seus processos de criatividade e inovação, justamente por acreditarem que para criar precisam se isolar, contratar consultorias caras e “partir do zero”. De nada adiantam os exemplos contundentes dados por organizações como o Google, por exemplo, acerca da importância da colaboração no processo de criação e inovação. Mas por que as empresas consolidadas resistem?

Nos anos 90, um livro causou um grande impacto no cenário corporativo mundial, catapultando seu autor para a fama. Trata-se do livro “A quinta disciplina”, de Peter Senge. Ele alertava para o fato de que as mudanças sociais e econômicas exigiriam que as empresas se tornassem “organizações de aprendizagem”, onde a “aprendizagem em grupo”, ou colaborativa, seria uma das cinco disciplinas fundamentais rumo à transformação das empresas.

Mais de duas décadas após o lançamento do livro, o que estamos vendo é que a maioria das grandes organizações ainda não compreendeu essas disciplinas, algo que chega ao mundo econômico normalmente pelas mãos e cérebros de pequenas organizações que logo ganham mercado e se tornam gigantes em um prazo muito menor do que as gigantes do passado levaram para construir sua liderança.

Charles Darwin, o naturalista inglês, já dizia, há mais de um século, que as espécies tinham estratégias diversas de sobrevivência e que a colaboração era um dos aspectos fundamentais para o sucesso. O ser humano, aliás, era o melhor exemplo de como a colaboração podia alavancar uma espécie rumo ao sucesso biológico. Vivemos em um mundo onde as empresas parecem ter se esquecido dessa verdade. Enquanto a colaboração traz para o cenário econômico empresas criadas em garagens, que logo se tornam gigantes, é justamente a falta de colaboração que vai levar ao esquecimento e à ruína muitas grandes empresas do passado.

Isso se torna cada vez mais verdadeiro quando percebemos que os caros processos de inovação do passado, baseados na contratação de consultorias e sustentados pelo sigilo, perdem terreno rapidamente para o uso colaborativo da Internet, especialmente aquele que se articula nas redes sociais. Quem duvida dessa realidade deve examinar com urgência a base de sustentação de das empresas 2.0 e de muitas outras que usam as redes sociais para alavancar seus negócios. O futuro pertence a estas empresas.


Nota do Editor: Delano Lins é Country Manager da Saba no Brasil.

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