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Opinião
26/08/2011 - 11h00
O fantasma de Mohammed Atta
Moisés Marques
 

Parece que foi ontem que todos assistimos estupefatos a um avião e logo depois outro colidindo contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque. O mundo se dava conta de um outro tipo de terrorismo, aquele sem pátria, sem rostos conhecidos, sem marca.

Entretanto, o pânico generalizou-se e, dez anos depois, esse fantasma ainda ronda o ocidente. Pensando bem, a pessoa que mudou as relações internacionais contemporâneas foi Mohammed Atta e quase ninguém se lembra dele.

Egípcio que também possuía nacionalidade saudita, representava, portanto, países que reverberavam as estratégias norte-americanas para o Oriente Médio e, no entanto, naquele fatídico dia, estava entre os que pilotavam a aeronave que destruiu um símbolo americano. A pergunta que fica é: por quê?

Um rapaz disciplinado e estudioso, graduado em arquitetura na Universidade do Cairo e pós-graduado na Alemanha. Por que, afinal, resolveria entrar para a Al Qaeda e lutar contra os Estados Unidos? Por que contrariaria os governos de seus países, há tantos anos no poder?

Kofi Annan, à época secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), chegou a sugerir, por ocasião do atentado, que estamos em uma época em que fica claro que uma parte do mundo não pode ignorar o que está acontecendo na outra, mesmo que ambas pouco conheçam uma da outra.

O fato é que, depois do 11 de setembro de 2001, dividiu-se o mundo entre os "civilizados ocidentais" e os "bárbaros". Qualquer movimento que fuja da "normalidade" é considerado uma "invasão bárbara". Atta morreu e levou consigo centenas ou milhares de norte-americanos. Coisa de bárbaro, diriam os mais exaltados.

Os "civilizados ocidentais" acreditavam que o tempo que ele havia passado na Alemanha o havia convertido em um fã incondicional de nosso modo de vida. Ledo engano! A recente "primavera árabe" está aí para nos mostrar que, talvez, os povos de alguns países da região já não aguentem mais autoritarismo, falta de oportunidades e liberdade, bem como alinhamentos automáticos de política externa não condizentes com os anseios das populações.

Conhecer o outro, entendê-lo e, principalmente, respeitá-lo parece a lição ainda não aprendida do período após o 11 de setembro. O fantasma de Atta ainda nos ronda.


Nota do Editor: Moisés Marques é coordenador do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina. E-mail: moises.marques@fasm.edu.br.

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