Planejar é o meio e a maneira mais rápida, coerente, correta e certa de chegar-se a um objetivo. Sem planejamento, estamos na rota do caos. Há uns 15 anos fui presenteado com um pequeno livro "criando o paraíso" que mostrava uma síntese da "idealização" da Zona Hoteleira de Cancun - México. Algumas fotos do "antes" mostram claramente que o resultado final do trabalho só foi possível com muito planejamento dos idealizadores, legisladores, arquitetos, ambientalistas, urbanistas e paisagistas. Com certeza na direção dos grupos de trabalho não havia lugar para "amadores" mesmo os de boa ou maior vontade. Definido o público que se pretendia atingir, a definição das ocupações proporcionais dos espaços, progressivamente, de acordo com o crescimento do empreendimento, foi uma realidade. Estudaram-se as necessidades (todas) dos usuários de modo que os serviços disponíveis fossem o suficiente para atendê-los satisfatoriamente. Assim, houve um equilíbrio na concorrência dos serviços oferecidos. Ou seja, não haveria dois Mac Donald, onde houvesse "mercado" apenas para um. Idem para as demais atividades, sem perder a variedade nas "ofertas". Assim, também não se construiu hotéis enquanto não houvesse uma infra-estrutura adequada de serviços para atender os clientes deste meio de hospedagem. Idem para todas as atividades econômicas envolvidas. Equilíbrio. Concorrência sim, mas equilibrada. Esta pequena e simples decisão fomentou o interesse dos investidores que se sentiram seguros quanto à aplicação de seus recursos. Para não me alongar, o resultado para quem conhece, foi surpreendente. Ali foi construído um verdadeiro DESTINO TURÍSTICO. A cidade (Cancun, fora da Zona Hoteleira), uma São José dos Campos, acabou sendo obrigada ao longo dos anos a seguir e entrar no "ritmo" da organização urbana. O nosso crescimento é desordenado. A ocupação dos espaços sem planejamento mostra claramente que estamos a porta do caos urbano. Vide vilas, becos e ruelas. Para o caos também a proteção e preservação ambiental no seu mais amplo sentido. A paisagem urbana e a natural, duramente agredida por ações insensatas e inconseqüentes, tornam uma verdade que qualquer investimento de maior porte virá "somar" ao caos que se instala. Logo, os órgãos oficiais, principalmente os ambientais, são prontos aos "pareceres" negativos. Fogem os investidores para outros DESTINOS. Círculo vicioso. O crescimento demográfico (o mais alto de qualquer região do Brasil) não se acanha. Parece que quanto pior e mais difícil melhor. Junto com o crescimento demográfico, as necessidades da população. Serviços públicos, emprego, moradia (em um município com 80% de área de preservação), educação e saúde. Tudo a ser "bancado" pelo tal do IPTU. Nada de "fermento" apenas mais e mais fatias do mesmo "pão". A permanecer essa toada, qualquer vidente adivinha nosso destino.
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