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SEÇÃO
Medicina e Saúde
30/08/2011 - 13h03
Uma maneira saudável de viver o câncer
Mariana Lima
 

Raramente nos perguntamos o que podemos tirar de bom da experiência de se ter um câncer. Quando recebemos o diagnóstico da doença, experimentamos uma série de sensações: angústia, desespero, tristeza, stress e até mesmo revolta - porque isso foi acontecer justo comigo? E agora? Somos tomados por um sentimento de perda que na verdade não sabemos onde começa nem quando vai terminar. Nesses momentos, esquecemos que somos seres humanos cheios de habilidades, e que, dentro de nós, existe uma capacidade natural de aprender e evoluir. Esse possível inimigo, o câncer, traz consigo um potencial de ampliar essa nossa capacidade, e pode, assim, transformar essa vivência em uma oportunidade e não somente em uma fatalidade.

Se pensarmos bem, a doença é um dos poucos meios socialmente aceitos de nos reservarmos em um período de retiro e reflexão, embora muitas vezes esse afastamento não seja desejado e algumas pessoas nem os aproveitem, outras podem descobrir espontaneamente, livres da pressão de seus papéis habituais e “obrigações”, a forma mais clara como estão levando suas vidas. Descobrimos assim, dentro de nós mesmos, uma fonte de autoconhecimento daquilo que precisamos para completar e dar significado às nossas vidas.

Essa interrupção dos nossos padrões e hábitos nos dá oportunidade de rever valores, prioridades, maneiras de ser que aceitamos sem discussão, além de despertar a necessidade de compreender mais profundamente quais são essas prioridades e o que é importante para que elas aconteçam.

A capacidade de aprender com a experiência e compaixão através do sofrimento é quase universal. As transformações positivas provocadas por experiências estressantes talvez sejam um aspecto mais singular da consciência humana e sugerem uma visão mais ampla da saúde. Portanto, pessoas que adquirem um câncer podem descobrir e se surpreender com o fato de que estão fortalecidas na sua capacidade de enfrentar crises, mobilizar recursos e viver com o desafio da doença.

Porém, é comum vermos que muitos pacientes não têm consciência do seu próprio potencial para desenvolver sua força em períodos de tensão, e, na verdade, nem colocam em prática esse potencial e não percebem que a eliminação de sinais e sintomas é apenas parte da solução.

Então, é preciso parar e pensar: vale mais a pena jogar essa experiência para debaixo do tapete e viver uma síndrome de avestruz, que esconde a cabeça para não ver o que está acontecendo, ou usufruir de todo arsenal de experiências e aprendizados que este momento pode nos oferecer e nos dar a oportunidade de, a partir de então, abrir as portas para uma vida mais viva? Semear é facultativo, mas a colheita é obrigatória.


Nota do Editor: Mariana Lima é psicóloga do Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Neoplásicas (Oncomed), de Belo Horizonte, MG.

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