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Opinião
03/09/2011 - 08h06
A greve no serviço funerário
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

São Paulo, a maior cidade das Américas, ao desrespeitar os mortos, exibe uma péssima e desumana imagem ao mundo. A greve dos trabalhadores do serviço funerário deixa desassistidas as famílias no seu momento mais sensível e doloroso. Além de perder avós, pais, irmãos, filhos e outros entes, o paulistano ainda tem ampliado o seu sofrimento através de horas de espera para o transporte, velório e sepultamento. Há casos de velórios que só ocorreram no dia seguinte, por absoluta falta de pessoal de apoio.

Por mais que os trabalhadores do serviço funerário tenham razão em suas reivindicações e que a Prefeitura não reúna as condições de atendê-las, a população não merece um tratamento cruel como esse, que pode até ser classificado como tortura. Mesmo com toda força reivindicatória, os trabalhadores deveriam levar em consideração sua atuação em setor essencial, que não pode parar. E, pelo mesmo motivo, o prefeito e seus auxiliares deveriam tratar melhor a classe. Ambos os lados precisam ter um pouco mais de respeito com o usuário dos serviços, única razão de sua existência.

Quando ocorre em setor não essencial, a greve incomoda e traz desconforto aos usuários, mas não chega a estabelecer o caos. No caso do serviço funerário, os prejuízos são imediatos, devido sua essencialidade. A cidade de São Paulo registra mais de 300 óbitos por dia e todos esses cadáveres têm de ser sepultados dentro de regulamentos e períodos estabelecidos em normas técnicas e na legislação. Quando isso não ocorre, pode até gerar problemas de saúde pública.

O quadro de obrigações do pessoal dos serviços essenciais não fica restrito às relações trabalhistas. Além delas, há a ética e o compromisso para com o público-alvo. É por isso que funcionários da saúde, do abastecimento de água, da coleta de lixo, do serviço funerário e até os da segurança pública têm regimes diferentes de trabalho. Muitos deles ganham adicionais de insalubridade ou periculosidade e noturno porque fazem um trabalho especial. Um trabalho que, antes de tudo, não pode parar.

Cabe aos empregadores desses profissionais especiais o reconhecimento à essencialidade do seu trabalho e o respeito. Não podem, em hipótese alguma, prevalecerem-se da impropriedade da greve no setor para deixar de atender suas reivindicações trabalhistas. Se isso acontece, é desumano e, até, imoral.

No caso específico dos trabalhadores do Serviço Funerário Municipal, o justo seria que o prefeito Gilberto Kassab lhes desse o mesmo tratamento salarial dispensado ao próprio salário do prefeito e ao dos secretários municipais. E, nesse caso, todo o funcionalismo iria requerer isonomia. O prefeito teve, recentemente, o seu salário dobrado e os secretários reajustados em 250%, enquanto o funcionalismo recebeu apenas 0,01%.

Com a palavra os vereadores, que discutiram, votaram e aprovaram essa flagrante desigualdade. Por favor, encontrem a solução para que episódios como estes jamais voltem a ocorrer. Tanto em São Paulo quanto no restante do país...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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