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Opinião
07/09/2011 - 08h01
O cerco à Trípoli
Gilberto Rodrigues
 

Um cerco militar evoca histórias antigas. A humanidade conviveu a maior parte de sua existência com guerras onde sempre havia um cerco presente. Será o prenúncio do fim, da derrota dos quase-vencidos? Tudo depende do comportamento das partes envolvidas.

Há exemplos de resistências heróicas, como os célebres 300 de Esparta, comandados pelo General Leônidas, tema do cinema recente. Há também a história do cerco de Lisboa, livro de José Saramago, onde o autor imagina como os portugueses expulsaram os muçulmanos da cidade, iniciando o que veio a se tornar Portugal. Esses e tantos outros episódios épicos reservaram um camarote VIP aos vencidos na arena histórica.

Outro elemento chave nos momentos em que o cerco se intensifica é a retórica dos cercados. Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque e cercaram Bagdá, o Ministro de Informação de Saddam Hussein aparecia na televisão iraquiana para dizer que os americanos seriam trucidados pelas forças locais; que uma surpresa os esperava, com a ajuda de Alá. Pouco depois, Bagdá foi invadia sem resistência, mas a resistência televisiva foi tão convincente que mereceu um elogio público do presidente George W. Bush.

A propaganda continua sendo o principal instrumento, e cada vez mais o único, do presidente da Líbia, Coronel Kadafi, cercado em Trípoli. Como sempre acontece nesses casos, poucos sabem ao certo onde ele está e quais os seus planos diante do cerco. Sua personalidade não parece indicar uma capitulação; a resistência até a morte ou a fuga espetacular seriam caminhos esperados.

Kadafi ainda resiste e tenta fazer os seus resistirem, mas muitos já desertaram e continuam desertando diante da iminente vitória dos rebeldes, com apoio da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Alguns poucos, como o embaixador líbio em Brasília, mantém-se fiéis ao ditador. O cerco político se completou com o reconhecimento dos EUA e dos europeus ao conselho político dos rebeldes como o governo legítimo do país. Nada mais resta a Kadafi senão escolher, enquanto o tempo permite, que fim gostaria de dar ao seu cerco. Se pretende reservar um camarote, uma cadeira numerada... ou se irá para as arquibancadas da história.


Nota do Editor: Gilberto Rodrigues é professor do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina.

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