Não haveria denúncias contra o Governo de Dilma Rousseff, se corrupção não existisse. Isso é fato. A imprensa não cria fatos e nem corruptos; só divulga o que acontece e, se acontece, é dever da imprensa mostrá-los, com detalhes e direito ao contraditório. No Amazonas, o Blog da Floresta, com suas seguidas denúncias, conseguiu provar que um empresário de um município havia sido executado durante um processo de busca e apreensão por um suposto crime de pedofilia. Policiais estão presos e um promotor de justiça está respondendo a sindicância interna no Ministério Público. Não é factual, portanto, a tentativa do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, de defender a regulamentação da mídia porque a imprensa não inventa denúncias. Só divulga fatos que acontecem e, quando há suspeita de desonestidade, de tramoias, de falcatruas, investiga e sempre prova o que escreve porque cabeças rolam sempre. Como jornalista, sou e serei contra qualquer tipo de cerceamento do trabalho da imprensa porque se alguém se sentir prejudicado pode entrar com processo de indenização moral e material contra quem fez a denúncia infundada. O mesmo Gilberto Carvalho diz que não quer autoritarismo contra a imprensa, mas quer proibir as denúncias de corrupção que, repito, não existiriam se não existisse corrupção no Governo. Todas as denúncias de corrupção são feitas a partir de informações que a Polícia Federal ou Civil as fornecem à imprensa. Defendo também a regulamentação para a publicação de textos jornalísticas como fez a Rede Globo de Televisão, criando um código de conduta jornalística aos seus profissionais! Isso é bom, mas vir de cima para baixo, por imposição do Governo, isso será péssimo para todos os lados. A presidente Dilma Rousseff está bem intencionada, mas escolheu, indicou e aceitou de forma muito errada alguns ministros de seu governo e, agora, começam a cair um a um como se fossem pedras de dominó. Temos vários exemplos que prefiro não citá-los porque a mesma imprensa que agora o ministro Gilberto Carvalho defende sua regulamentação, já deu seus nomes. Durante o governo militar, existiam poucos ministérios e o povo brasileiro sabia citar quase todos até hoje pelos seus nomes – Alysson Paulinelli, Mário Andreza, Elizeu Rezende, Golbery do Couto e Silva e outros poucos. Hoje, são tantos os ministros que a presidente Dilma perdeu o controle e deu no que deu. A imprensa, a única que não é culpada de nada, apenas divulga o que acontece, deve ser regulamentada por quê? A imprensa tem toda capacidade de se auto-regulamentar, basta querer!
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