Ao reparar as prioridades do povo brasileiro, que tem uma nação privilegiada geograficamente, estado democrático, petróleo, terra fértil e tantas riquezas, ao invés de encontrar conhecimento e ferramentas para intensificar tais vantagens, depara-se com certo vazio, um oco para o que é realmente importante. Prioriza-se o individual, a família e o que se pode apalpar, mas o conhecimento político, o compromisso com o social, que é a base de uma nação, foi descartado. Uma minoria intelectual acompanha o noticiário apta a compreender as decisões políticas, sendo considerada em determinados grupos como aberração da coletividade. Entre os jovens o assunto normalmente é evitado, repetem frases dos jornais, mas não têm conhecimento para opinião própria. Para onde foram os “caras pintadas”? A juventude que caminhava e cantava suas canções? Se o combustível para eles foi o caos político, porque o caos atual não os leva às ruas? O Brasil cresce e caminha para se tornar a sétima potência mundial e a população com dificuldade em entender a diferença, crucial, entre crescimento e desenvolvimento. A Copa do Mundo será sediada aqui em breve, mas a que custo? Já se fala em altos cifrões desviados ou, o que dá no mesmo, superfaturados. As eleições repetem nomes por demais conhecidos de passado e presente nebulosos, e o suposto voto de “protesto” que perpetua o “status quo”, a mesmice? Como romper definitivamente a estrutura econômica colonial que herdamos? Se o conhecimento se perde antes mesmo das crianças entenderem o Brasil colônia. O que a população espera sobre a ida da Dilma para a China? Será que ela foi aprender uma política mais favorável para as empresas brasileiras, ou vamos esperar que o enforcamento tributário, a taxa de juros escorchante e a valorização cambial arraste definitivamente as indústrias para o território chinês? Temos clima para cana de açúcar, terra rica em minérios, extenso litoral, muitos lugares para exploração turística. Sim, temos de graça o que muitos países de primeiro mundo não têm. O que realmente falta é a educação, uma população informada, atenta às decisões políticas, participativa e crítica, com responsabilidade social, e claro, ambiental. O povo tem o governo que escolhe, não adianta reclamar da aposentadoria ou dos preços dos alimentos depois de ter votado no número da musiquinha que ouvia nas praças e comerciais. A verdadeira dedicação à família começa em escolher o mundo para ela viver e as leis que vão protegê-la. Ninguém é eterno, um dia o pai de família irá faltar, e ficará o caminho ensinado a seus filhos, seja o do conhecimento para edificarem um país melhor ou da ignorância para manterem as favelas como senzalas. Não adianta relutar na luta para o desenvolvimento integral desta nação, em todos os caminhos o primeiro passo é a educação. Esta chamada cabe a mim também, que só agora na universidade é que as relações sociais abriram o meu entendimento para o crime da falta de conhecimento e participação política. Quem sabe já é um primeiro passo!? Nota do Editor: Michele Paes Camponucci é aluna de Administração de Empresa e membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do UNIFIEO - GECEU.
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