(Proibido para menores de 18 milhões de anos)
Expointer, um dos maiores eventos agropecuários da America Latina. Milhares de pessoas circulando em seus ambientes todos os dias (e noites), entre elas, uma se destaca: Reinaldão, um dos maiores boçais que já existiu na face da Terra. O que ele está fazendo ali, aquela noite? A história acontece mais ou menos assim: Reinaldão chega e debruça-se sobre a cerca de contenção das ovelhas, ficando ao lado daquela beldade loira de olhos cor de mel. Ele fala e sua voz só não sai mais melosa na primeira frase, porque ele arrota um odor de conserva de cebolinhas no meio dela e cospe no fim. - Mas que tetéia. A fartura corre solta por este corpinho que me faz latejar igual a um dedo martelado. - (A loira vira-se para Reinaldão) Se a cantada foi para mim, saiba que não gostei, ouviu! - Calma potranca, eu estava falando com as ovelhas. Mas já que tu me deu papo, quem sabe não me dá o resto junto. - Você está babando? O que foi? Nunca viu uma mulher gostosa antes? - Ver é o que menos gosto de fazer com mulher, entende? Meu negócio é exercitar o corporal. E como o local é propício, vou te mostrar como se insemina um animal de modo natural. Reinaldão solta um sorriso safado, juntamente com a braguilha de suas calças. Pisca o olho por detrás de seus óculos escuros em formato de pára-brisa de opala, e começa a despir a moça com os olhos. Fica imaginando ela coberta de lã. A imagem parece confusa. Mas é porque ele estava há poucos segundos atrás despindo as ovelhas. A cena final acaba aparecendo com a moça, as ovelhas, o tratador das ovelhas e um banquinho coberto com um pelego. Todos completamente nus. Reinaldão é assim, não poupa ninguém. A moça se afasta. Reinaldão se aproxima. A moça grita. As ovelhas berram. Ele se excita. Por sorte, a loira sai correndo e consegue pegar distância. Afinal, enquanto ela estava se pelando de medo, ele estava apenas se pelando, o que dificultava sua corrida. Imediatamente começa a correr o boato de que há um tarado correndo pelado pela Expointer. O clima é de suspense. A loira procurando a saída. Reinaldão procurando a loira. E todo resto procurando por ele. Na confusão, alguém acaba esbarrando nos fios de luz espalhados pelo local, causando curto-circuito e conseqüentemente um blecaute. Tudo fica escuro. A partir daí, a polícia começa a se guiar pelos gritos e gemidos de animais e pessoas que, sem querer, encontram com Reinaldão e acabam “cruzando” com ele. Como Reinaldão é favorável pela lei do menor esforço, acaba esquecendo a loira e se interessando por uma vaca premiada. Com ele é assim, traça o que vier, mas prefere as que tenham algum título em concursos de beleza, pode ser de rainha da primavera ou a pobre vaquinha com a faixa de primeiro lugar. Quando pula em cima da mimosa, os tratadores lhe acertam dardos tranqüilizantes. Ele fica tonto (mais do que já é) e cai, porém, com seu troféu erguido em sinal de resistência. A paz retorna ao local. Reinaldão é recolhido pelos policiais para alegria de uns poucos que não encontraram com ele e tristeza da bicharada que já estava simpatizando com o “animal”. P.S: Clique aqui para ver no meu blog a divertida charge do “Reinaldão na Expointer” criada pelo Cartunista Zé Gadis.
Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc.blogspot.com) é escritor.
|