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Opinião
22/09/2011 - 11h00
Um país contra o estigma da corrupção
Aguinaldo Diniz Filho
 

Há cerca de seis anos, em trabalho realizado no âmbito de seu programa de governança e anticorrupção, o Banco Mundial (BIRD) salientava serem a probidade e a ética fatores primordiais no combate à pobreza. No contexto do atual cenário brasileiro, com a recorrência de casos e denúncias de improbidade, o estudo ganha instigante atualidade, considerando que o dinheiro desviado deixa de ser investido na economia, na criação de empregos e renda e em áreas sociais.

Em outro relatório, o BIRD já havia estimado que a queda de 50% nos índices de corrupção possibilitaria redução de 45% no número de pessoas que vivem abaixo da linha da miséria. Se, ao longo de duas décadas, convivendo com “anões do orçamento”, “vampiros da saúde”, “sanguessugas”, “mensaleiros” e outras criaturas do submundo da corrupção, conseguimos incluir 53 milhões de pessoas na sociedade de consumo, o que dizer então quando a presidente Dilma Rousseff terminar a sua faxina ética? A sociedade precisa apoiá-la integralmente nessa missão, pois o problema, além de envergonhar os brasileiros, recoloca em alto risco a credibilidade internacional da Nação, mitiga investimentos e semeia incertezas.

A corrupção parece ser um estigma nacional. Em ranking elaborado pela ong Transparência Internacional, no qual 178 nações são classificadas em ordem inversa à sua envergadura ética, o Brasil figura em 69º lugar (2010). Um dos efeitos graves da corrupção, segundo o relatório, é a redução da competitividade econômica. É algo mais danoso ainda para um país, como o nosso, já premido por impostos exagerados, os juros mais altos do mundo e, mais recentemente, o câmbio sobrevalorizado.

Precisamos resgatar nossa competitividade, não só combatendo a improbidade, como também corrigindo aquelas distorções. Não podemos continuar assistindo à desindustrialização e ao aumento preocupante do déficit da balança comercial de setores da manufatura, como o têxtil e de confecção, cujo saldo negativo foi superior a dois bilhões de dólares no primeiro semestre deste ano. Os prejuízos são muito grandes, incluindo a letargia do Congresso Nacional provocada pelos efeitos do jogo político inerente à rotina das acusações e demissões, retardando o trâmite de importantes projetos.

Nós, brasileiros, somos resistentes. Assim, embora inevitável o constrangimento ante as denúncias diárias, a sociedade e os setores produtivos mantêm-se ativos e dedicados à agenda do trabalho e do desenvolvimento. Nossa economia está aquecida, os indicadores gerais do mercado de trabalho são positivos e deveremos fechar 2011 com razoável crescimento do PIB. Entretanto, poderíamos estar muito melhores. Por isso, mais uma vez o Brasil tem de se empenhar para vencer problemas internos, pois os sucessivos casos de corrupção incluem-se entre os mais graves empecilhos ao seu ingresso num duradouro ciclo de prosperidade.


Nota do Editor: Aguinaldo Diniz Filho é presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT).

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