22/08/2025  04h21
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
28/09/2011 - 11h14
O pior cego é aquele mesmo
Dartagnan da Silva Zanela
 

Nadar contra a maré nunca é fácil, mas, muitas vezes, é o único caminho sensato. Penso que na atualidade esse seja o caminho a ser trilhado no que tange o que canhestramente convencionou-se chamar de educação.

Quando apontamos isso, não estamos, de jeito algum, afirmando que temos uma proposta inovadora a ser implementada em larga escala junto ao sistema atual, por duas razões: (i) todo aquele que afirma isso não sabe o que é educação, nunca foi educado e muito menos se educou; (ii) não é possível tornar uma farsa burlesca em algo verdadeiro (ou esperar que algo legítimo faça-se a partir do engodo).

Nadar contra maré, nesta seara, é recusar-se a assimilar os preceitos materialistas estupidificantes que hoje fundamentam nosso sistema educacional. E o caminho é este. Não há outro. E basta de dedos acusadores, pois estes não evocam a justiça. Eles apenas afirmam nossa covardia em assumirmos a responsabilidade pela vida.

Caso exemplar dessa covardia é a tristeza que toma conta da alma de muitos professores quando ouvem de seus mancebos a afirmação atávica de que eles não gostam de poesia e muito menos de literatura. Sim, tal afirmação é uma estultice descomunal, todavia, quantos professores realmente gostam de literatura? Quantos edificaram, em seu íntimo, uma biblioteca imaginária das obras que pretende ler em sua vida? Aliás, quantos compreendem a importância basilar da literatura na formação do caráter de um indivíduo? Quantos?

Do lado dos infantes, temos a estultice soberba, da parte dos educadores a pusilanimidade em reconhecer no seu íntimo as falhas que devem ser supridas e, no que tange a sociedade como um todo, creio que as palavras próprias para descrever o estado de espírito reinante seriam impróprias para a publicidade deste libelo.

Por fim, como muitíssimo bem nos aponta o filósofo Olavo de Carvalho (Educação ao contrário, 27/01/2009): “Se há uma coisa óbvia na cultura brasileira, é o desprezo pelo conhecimento e a concomitante veneração pelos títulos e diplomas que dão acesso aos bons empregos. [...] campanhas publicitárias que enfatizem a educação como um direito a ser cobrado e não como uma obrigação a ser cumprida pelo próprio destinatário da campanha têm um efeito corruptor quase tão grave quanto o do tráfico de drogas. Elas incitam as pessoas a esperar que o governo lhes dê a ferramenta mágica para subir na vida sem que isto implique, da parte delas, nenhum amor aos estudos, e sim apenas o desejo do diploma”.

É, meu caro, a verdade é essa e ela continuará sendo ela mesmo que a massa ignara torça o nariz.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.