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Medicina e Saúde
03/10/2011 - 16h07
Mitos sobre a doação de óvulos e esperma
Márcia Wirth
 

Em todas as vezes em que a televisão – especialmente as novelas – aborda temas relativos à reprodução humana assistida, as dúvidas e os questionamentos sobre este campo de atuação da Medicina aumentam. “Com o desenrolar de Fina Estampa, já nos deparamos com temas comuns, com os quais lidamos diariamente no consultório: um casal que apresenta dificuldades para engravidar; um marido que não sabe lidar com o diagnóstico de infertilidade; uma esposa que deseja engravidar, mesmo sem o respaldo do marido... Atualmente, a questão levantada pela novela é se a ovodoação é um meio legítimo de tornar-se mãe”, afirma o ginecologista Joji Ueno, diretor da Clínica GERA (www.clinicagera.com.br).

“Penso que o momento é de esclarecimento das pacientes e do público, porque qualquer atitude tomada pelos personagens levantará uma série de dúvidas éticas e médicas a respeito do procedimento”, explica Ueno.

A seguir, o médico esclarece uma série de mitos a respeito da doação de óvulos e espermatozóides:

Mito 01: O bebê não é seu!

“Esta é uma das preocupações mais recorrentes em relação ao filho gerado por meio de ovodoação ou de adoção de esperma. É preciso esclarecer que quem faz a doação de óvulos e de espermatozóides renuncia a todos os direitos paternos resultantes da doação. Portanto, o filho é do casal que está fazendo o tratamento para engravidar”, explica o médico, que também dirige o Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.

É completamente infundado também, por parte dos receptores, o receio de que a criança que não compartilha o seu material genético também não compartilhará uma verdadeira ligação parental. “Para a maioria dos casais não é nada fácil ‘abrir mão de um filho geneticamente seu’. Ter um filho também está relacionado à satisfação narcísica de poder dar continuidade à sua descendência, de poder ver parte de seus traços físicos na criança e, de certa forma, de se fazer ‘imortal’ através dela. Cogitar o procedimento de ovodoação ou de adoção de esperma implica, necessariamente, em abrir mão do filho biológico para poder ampliar as possibilidades de concretização do sonho”, observa Joji Ueno, Doutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da USP.

Mito 02: A ovodoação é a única opção de maternidade para mulheres mais velhas.

A adoção de um óvulo, de um embrião ou a adoção de uma criança são todas opções válidas para que as mulheres mais velhas constituam uma família. “Em alguns casos, a adoção de um óvulo é realmente a melhor opção terapêutica, por exemplo, quando há ausência congênita ou retirada cirúrgica dos ovários; doenças genéticas transmissíveis; falhas repetidas de tratamentos de fertilização in vitro que aconteceram devido à má resposta ovariana ou a embriões de má qualidade; além da menopausa precoce”, diz o médico.

Mito 03: Devo me preocupar com a possibilidade do doador um dia aparecer na minha porta.

Este tema é muito recorrente: o medo do doador entrar em contato, no futuro. “Este assunto precisa ser muito bem discutido com o médico que assiste o casal e até mesmo com um psicólogo especializado em reprodução humana. É muito importante saber que o anonimato completo é base do nosso sistema de doação de óvulos e de espermatozóides”, explica o diretor da Clínica GERA.

E todas as clínicas que adotam esta prática, devem seguir à risca as recomendações do Conselho Federal de Medicina:

· A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial;

· Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa;

· Na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que um(a) doador(a) venha a produzir mais do que uma gestação de criança de sexo diferente numa área de um milhão de habitantes;

· A escolha dos doadores é de responsabilidade da unidade, que dentro do possível deverá garantir que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a máxima possibilidade de compatibilidade com a receptora;

· Não será permitido ao médico responsável pelas clínicas, unidades ou serviços, nem aos integrantes da equipe multidisciplinar que nelas trabalham participar como doador nos programas de RA.

Mito 04: A criança poderá ter algum problema de saúde, no futuro, e este poderá não ser devidamente tratado devido ao desconhecimento de sua origem genética.

Receios a respeito da possibilidade de doenças genéticas e traços patológicos de caráter são comuns também, sendo necessário o esclarecimento de que algumas doenças, predisposições temperamentais e traços físicos podem ser herdados, mas valores, crenças, formas de pensar e agir são adquiridos e aprendidos na convivência familiar.

Ainda segundo a normatização do Conselho Federal de Medicina, obrigatoriamente será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e embriões, bem como dos receptores. “Em situações especiais, as informações sobre doadores, por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente para médicos, resguardando-se a identidade civil do doador”, afirma Joji Ueno.

Além disto, as clínicas, centros ou serviços que empregam a doação devem manter, de forma permanente, um registro de dados clínicos de caráter geral, características fenotípicas e uma amostra de material celular dos doadores.

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