O meu amigo X, professor nas redes pública e privada, me procurou para um desabafo em relação ao nível disciplinar e de aprendizagem de muitos de seus alunos, inclusive daqueles bem-nascidos (da rede particular), de uma turma de adolescentes do Ensino Médio deste ano (Ubatuba - 2011). Dei-lhe uma sugestão: tentar pegá-los de outra forma, passando-se por distraído, indiferente ou até mesmo cometendo lapsos para que o grupo se unisse em torno de um desafio. Lembrei-me de um exemplo pessoal: deliberadamente escrevi na lousa uma palavra errada, cujo objetivo era ver se a perceberiam e qual seria a reação do conjunto. Um deles percebeu o erro, mas insisti que a minha forma estava correta. Inconformados com a minha teimosia, alguns buscaram formas para verificar a gramática. Enquanto isso eu continuava “convicto” na minha forma de escrever. Sem demonstrar muito interesse na polêmica, fui observando as reações e as lideranças. Os que se lançaram no desafio foram primeiramente aqueles que queriam me humilhar, mesmo sendo os que menos contribuem com o rendimento da turma. Enfim, localizaram no dicionário a palavra e a grafia correta. A maioria vibrou quando provaram que o professor tinha errado, embora uma minoria tenha se empenhado na tarefa. Eu reconheci o meu “erro”, mostrando que a gente está sempre aprendendo. Destaquei que o mais importante é aprender em grupo, com os colegas ajudando e cooperando no espaço da sala, da escola e nos outros ambientes disponíveis ao público. Por fim, disse ao meu amigo que agora passo por expectador, mas um dia já passei por isso. Wendell Pestallozzi wenllozzi@gmail.com
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