Uma pesquisa recente do IBGE alarmou o Brasil sobre o aumento do índice de obesidade infantil, calculando que em 20 anos, os casos mais do que quadruplicaram, considerando a nível epidêmico. A má qualidade na alimentação dessas crianças não se resume apenas ao fácil acesso aos alimentos industrializados, mas também no excesso de comida como um todo. Comer em grande quantidade e beliscar sempre não pode ser justificado pela fase de crescimento. A nutricionista do Colégio Itatiaia Marcela Shimamoto explica que o bom ou mau hábito alimentar na infância pode refletir na vida adulta e por isso requer cuidados. “A infância é um momento propício para a aquisição de comportamentos, incluídos aqueles relativos à alimentação”, afirma. Na lancheira do seu filho sempre tem uma barra de cereal e um suco à base de soja? Muito bom! Só não esqueça que esses alimentos não deixam de ser industrializados. “Algumas substâncias são resultados de estudos e desenvolvidas em laboratórios, mas não se sabe ao certo quais seriam as conseqüências da ingestão no organismo humano em longo prazo”, alerta Marcela. Como gosto não se discute, é natural que cada criança tenha preferência e rejeição a determinados tipos de alimentos. A nutricionista afirma que as crianças ficam mais exigentes à medida que crescem e começam a escolher. “Enquanto esta fase não chega, é a oportunidade de oferecer todo tipo de alimento saudável e a possibilidade de experimentar mais de uma vez”. Normalmente as pessoas não utilizam as partes não convencionais (talos e cascas) dos alimentos. Estas sobras podem ser aproveitadas para preparar pratos deliciosos, além de reduzir o lixo orgânico. É importante que as crianças percebam que há muito mais por trás de uma reeducação alimentar. Um bom exemplo pode educar mais do que uma ordem. Alimentar-se de forma correta – tanto quantidade, quanto horários – refletirá na saúde dos filhos e na longevidade dos pais.
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