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Opinião
16/10/2011 - 08h04
A juventude resgata a vassoura
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A vassoura, velha conhecida dos brasileiros – que surgiu politicamente na campanha de Jânio Quadros à presidência da República, em 1960 – está de volta ao cenário nacional. E com o mesmo propósito: varrer a corrupção dos escaninhos do poder e da administração pública. A maioria dos cidadãos de hoje não teve a oportunidade de ouvir o contagiante “varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já tá cansado / de sofrer dessa maneira” entoado na campanha presidencial de 51 anos atrás. Muitos o acompanharam em 1963 e 82, quando Jânio tentou, sem sucesso, eleger-se governador de São Paulo e em 85, quando venceu Fernando Henrique, para prefeito da capital paulista. As novas gerações só o conhecem pelo resgate histórico, inclusive na internet.

Jânio não conseguiu governar o país e fez um governo polêmico na capital de São Paulo, seu último posto antes da morte, ocorrida em 1992. A vassoura também não se desincumbiu da prometida missão de varrer a corrupção. Passaram-se cinco décadas e encontramos a classe política atual tão ou mais mal afamada que a daquele tempo. São patentes o desprezo e a raiva da população.

A adoção da vassoura pelos jovens que hoje, sem a presença de partidos políticos ou de caciques, vão às ruas combater a corrupção político-administrativa, soa como um resgate. Já que naqueles longínquos anos, por uma série de motivos, não foi possível realizar a prometida faxina, com a atual democracia plena e menos figuras do tipo messiânico na política nacional, poderemos concretizar o sonho de nossos bisavós, avós, pais e outros antepassados que se empolgaram com a pregação moralista de Jânio e depois se desapontaram com a sua renúncia.

Muitos que não compareceram às manifestações de 12 de outubro certamente estão arrependidos. Elas foram significativas e reveladoras de grandes perspectivas. Sem nenhuma instituição ou esquema profissional para preparar o evento, ele se realizou. Basta agora essa mesma juventude, continuar com sua pregação pelas redes sociais e outros canais que lhe dêem eco, para o movimento ganhar força e transformar-se na grande bola de neve que todos os brasileiros sonham. Com a determinação do jovem, se estabelecerá a chamada “corrente pra frente” e, certamente, viraremos essa triste página da vida nacional.

As ações de faxina empreendidas pelo governo federal nos últimos meses e as atuações firmes da Polícia Federal e do Ministério Público, demonstram que há no país o clima para a luta anti-corrupção. Depois do pontapé inicial dado pela juventude, as entidades representativas da sociedade e os próprios partidos políticos não terão como se omitir. Até porque, a única coisa que o movimento nascido do povo reivindica é acabar com a corrupção que, salvo melhor juízo, também é o propósito geral. Para participar desse, que poderá ser um grande momento da vida cívica nacional, bastará que cada entidade da sociedade civil, inclusive os partidos políticos, cumpra, com sinceridade, aquilo que está escrito em seus próprios estatutos. Todos eles são contrários à corrupção. É só uma questão de prática...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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