"Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar DISCÍPULOS, os homens do futuro.” (D. Pedro II) A sala de aula era composta por inúmeros adolescentes com desejo de aprender. Em pleno domingo, a sala ficava repleta de curiosos. Tudo eles queriam saber. Às vezes, o professor ficava "perdido" diante das indagações de seus prediletos alunos. Todos compareciam às aulas contentes e aguardavam a novidade que o seu mestre traria naquele domingo. A interação que o professor tinha com os seus alunos era algo de surpreender os professores vizinhos. Mas essa interatividade lhe custou um preço: A CONQUISTA... Que não foi nada fácil. Ele precisava ser dinâmico e tentar pensar como se fosse também um deles. A missão foi árdua, mas aquele célebre professor obteve resultados positivos. Após tê-los conquistado, ele passou a perceber as qualidades de cada um. Aquele professor ficava atônito com as desenvolturas dos seus alunos, embora sendo eles de pouca idade e de lhes faltarem, muitas vezes, amadurecimento para compreender algumas questões, eles eram desafiadores. Recordo-me de que algumas atividades que aquele professor aplicava aos seus alunos eram em grupo ou em dupla. Dificilmente ele utilizava o método individual. O ganho deste processo era a afinidade que os alunos estavam adquirindo uns com os outros. Tal rendimento deixava o ilustre educador radiante. Era perceptível a felicidade daquele professor quando notava que os seus alunos estavam correspondendo às suas expectativas. Todas as vezes que ele preparava as suas lições, fazia com muita dedicação e diligência. Ele sabia que nem todos possuíam facilidade para entender o seu método de ensino. Digo, ele não era um mero professor. Ele tinha consciência que muitos dos seus alunos o tinham como base de vida. Sabendo disso, utilizava sua profissão para auxiliá-los no que era possível. Nunca separava os alunos com maior rendimento dos alunos com menor rendimento, pois, para ele, todos eram iguais e estavam ali para aprender. Dessa maneira, ele passou a ser bem visto por todos. Muitos foram se aproximando e perceberam que a interação entre eles não se restringia à sala de aula. Era algo inexplicável. Lembro que uma de suas alunas tinha uma imensa dificuldade em compreender o que ele falava e sempre o pedia para explicar novamente. Ele nunca rebatia de forma áspera as dúvidas da aluna, pelo contrário, acreditava ser a melhor hora de formular uma resposta que estivesse no nível da turma. Tal esforço e paciência foram reconhecidos com incansáveis aplausos dos alunos. À medida que ele se relacionava com a turma, entendia o quanto lhe foi proveitoso a escolha de sua profissão. Certamente, ele a escolhera por acreditar que suas técnicas poderiam mudar a vida das pessoas e não por ambição de enriquecer. E o tempo passou. Ele saiu daquela classe. Porém, muitos de seus alunos utilizam até hoje as instruções que receberam desse nobre professor. Seu maior objetivo era instaurar o pensamento crítico na mente de seus alunos. E conseguiu. Parabéns, professor. Sua tarefa foi realizada com sucesso. Nota do Editor: Leandro da Silva, professor e escritor.
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