O uso da tecnologia ainda permanece obscuro quando o assunto é educação. Mas, apesar da controvérsia gerada pela da aplicação da tecnologia no desempenho escolar, inúmeros estudos mostram aumento significativo no aprendizado com ajuda da informática, imagens 3D, plataformas digitais, lousas eletrônicas e uma vasta gama de aparatos tecnológicos. Um estudo realizado pela Rede de Informação Tecnológico Latino-Americana (Ritla), em parceria com o Ministério da Educação e o Instituto Sangari, mostra que quanto maior a experiência de acesso ao computador melhores os resultados obtidos em provas. O estudo, compilado sobre o título “Lápis, Borracha e Teclado – Tecnologia da Informação na Educação – Brasil e América Latina” (2007), aponta aumento no desempenho dos alunos em diversas habilidades (cálculo, leitura e escrita) com o passar dos anos de uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação, que incentivam também os trabalhos em grupo e a colaboração entre estudantes. O modelo de imagens tridimensionais (3D) para ensinar anatomia na graduação também foi estudado por Daren Nicholson (2006). Para analisar o ganho dessa tecnologia para a educação, o pesquisador selecionou 57 estudantes de medicina, que foram aleatoriamente divididos em dois grupos: aqueles que estudaram a anatomia do ouvido e orelha humana com imagens 3D e aqueles que realizaram o mesmo estudo sem exposição ao modelo. No final dos cursos, ambos os grupos foram convidados a responder uma série de 15 perguntas sobre os conhecimentos adquiridos. Como resultado, a pontuação média do grupo de intervenção da tecnologia 3D foi de 83%, enquanto a pontuação do grupo que não fez uso dessa tecnologia foi de 65%. Na prática, o estudo mostra um ganho de mais de 20% no aprendizado com aplicação 3D. Mas não só os estudos acadêmicos apontam para essa realidade. A informática, por exemplo, já é artigo obrigatório em salas de aula e em projetos e pesquisas feitas dentro da escola. Essa necessidade é percebida tanto pelos pais e alunos, quanto por instituições de ensino e professores. Assim, o ambiente acadêmico e escolar não só abre as portas para a enorme possibilidade de usos tecnológicos disponíveis, passando a ver com bons olhos notebooks, iPads, iPhones etc., como também passam a investir em plataformas digitais, lousas eletrônicas e até em sala de aula 3D, recurso inédito no Brasil que está sendo inaugurado na Faculdade Estação Ensino, escola de pós-graduação em odontologia, com sede no bairro Sion, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Mas, quem acha que toda essa tecnologia é ainda uma realidade muito distante de nós está certamente enganado. Também na capital mineira, o Plug Minas, projeto do Governo de Minas criado pela Secretaria de Estado de Cultura que atende a crianças da rede pública municipal, inaugurou, em agosto, o Plug House. O objetivo dessa Lan House é facilitar a vida dos jovens ao aproximá-los dos vários elementos da Cultura Digital. Na Plug House, os estudantes do Plug Minas aprendem e podem usar o espaço para ler e gravar CD’s e DVD’s, baixar e gravar arquivos salvos em Pendrive, fazer downloads variados, criar documentos e acessar a internet. Todas essas atividades podem até parecer simples, mas representam um mundo de novas possibilidades e conquistas para aqueles que já nasceram na era da tecnologia. Entretanto, basta disponibilizar a tecnologia e oferecê-la aos alunos? Não. É importante não restringir o conhecimento e o acesso à tecnologia a crianças e jovens. O professor, educador por vocação, deve estar atento a essa nova linguagem de comunicação com o mundo. Devemos estar atentos às novas tecnologias, que são a janela de comunicação com o mundo: formando alunos, atualizando professores, ao mesmo tempo em que integram e expandem o aprendizado da sala de aula ao conhecimento do cotidiano. Nota do Editor: Prof. Dr. Carlos Alfredo Loureiro, diretor científico da Estação Ensino - Faculdade Ciodonto BH (www.estacaoensino.com.br).
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